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Corte no juro foi tímido, avalia indústria
Empresários e sindicalistas dizem que redução de 0,25 ponto nos juros é insuficiente para dar fôlego à economia no 2º semestre
Fiesp afirma que taxa alta prejudica dívida pública; para CNI, decisão confirma
a posição conservadora
do Banco Central
Ueslei Marcelino - 17.Jul.07/Folha Imagem
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O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para quem queda dos juros de 0,25 ponto foi pequena
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários e sindicalistas
consideram que a queda na taxa de juros foi conservadora e
insuficiente para dar fôlego à
economia neste semestre.
"Em passado recente, os setores produtivos eram uma voz
solitária reclamando contra as
altas taxas de juros praticadas
no Brasil. Hoje, vários analistas
de mercado, banqueiros e até
ex-dirigentes do Banco Central
concordam que a taxa Selic está
dois pontos percentuais acima
do que seria o ideal para este
momento do país", diz Paulo
Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em nota.
Para a Fiesp, taxa de juros alta "implica gastos com juros da
dívida pública de R$ 23,4 bilhões por ano, que, somados ao
aumento da carga tributária explícita no projeto de Orçamento para 2008, resultam em exato 1,4% do PIB. Ou seja, o mesmo que arrecada a CPMF", afirma o presidente da Fiesp.
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo)
considera que o corte de 0,25
ponto percentual na taxa de juros "quebra as expectativas positivas que vêm se formando no
meio empresarial. Sondagens
recentes da FGV e do Ciesp
mostraram que há algum tempo não se tem um clima tão positivo como o que se vive atualmente. A decisão tomada representa uma ducha de água
fria para os empresários e coloca em risco a possibilidade de
ingressarmos no ciclo de crescimento sustentado, que se
confirma com os dados do IBGE do crescimento da produção de bens de capital de 17%
no acumulado deste ano", diz
Boris Tabacof, diretor do Ciesp.
Para a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), a decisão do Copom confirma a posição conservadora do BC. Armando Monteiro Neto diz que
a expectativa da indústria agora
é que o governo retome os cortes mais acentuados nas taxas
para que não se interrompa o
atual processo de crescimento
da economia brasileira.
Abram Szajman, presidente
da Fecomercio, diz que a expectativa "é que o Copom faça uma
"parada técnica" nas quedas.
Pior do que o resultado é a falta
de perspectivas que ele traz".
Para Paulo Pereira da Silva,
presidente da Força Sindical, a
decisão do Copom foi "decepcionante. Foi um banho de
água gelada na já morna economia do segundo semestre. Para
a CUT, "o regime de metas da
inflação, conservador como é,
interfere automaticamente no
ritmo de queda da taxa básica
de juros. O registro de um aquecimento sazonal nos preços de
alimentos basta para decisões
tímidas e automáticas como a
de hoje", afirma Artur Henrique, presidente da central.
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