|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entrada de dólares no país cai em agosto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio à crise internacional, a entrada de dólares
no país recuou 40,9% no mês
passado em relação ao resultado de julho. Mesmo assim,
o desempenho da balança
comercial permitiu que ingressassem líquidos US$
6,841 bilhões no país em
agosto.
Mas, para especialistas, o
movimento defensivo dos
investidores foi menor que o
esperado e o resultado chegou a surpreender.
No mês, a entrada de dólares foi garantida pelo superávit comercial, que trouxe
US$ 6,88 bilhões ao Brasil.
Na conta financeira -que inclui empréstimos feitos no
exterior e investimentos estrangeiros-, o resultado foi
ligeiramente negativo, com a
saída de US$ 39 milhões.
"Os números surpreenderam positivamente. Havia a
expectativa de que o número
pudesse ser menor", diz a diretora da corretora AGK, Miriam Tavares, que acreditava
em saldo de US$ 5,1 bilhões.
Os dados também foram
bem recebidos pelo diretor
de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel. Ele
observa que o saldo comercial veio dentro do esperado
e que a surpresa está no déficit menor que o esperado no
saldo financeiro. "Não foi tão
ruim como alguns afirmavam. O resultado consolida a
avaliação de que muitos estrangeiros deixaram a Bovespa, mas não saíram do
Brasil e acabaram indo para
outros investimentos."
Com o resultado de agosto,
o Brasil registra a entrada de
US$ 70,056 bilhões no acumulado do ano. O valor é
160,31% maior do que o registrado nos oito primeiros
meses do ano passado.
Apesar do resultado melhor que o esperado, bancos
mudaram de estratégia no
mercado cambial. Em agosto
e pela primeira vez desde novembro de 2006, as instituições voltaram a apostar na
alta das cotações do dólar. Isso pode ser observado com as
posições dos bancos no mercado futuro, que deixaram de
ser "vendidas" -crença de
queda das cotações- e passaram a ser "compradas"
-aposta de alta do dólar.
No mês, as instituições
bancárias montaram posição
"comprada" de US$ 1,723 bilhão, contra "vendida" de
US$ 2,74 bilhões em julho.
Desde 13 de agosto, o Banco Central não atua no mercado cambial para comprar
dólares. A ausência coincide
com o período de turbulência internacional.
Sem adquirir moeda, as reservas internacionais passaram a crescer mais devagar.
Em agosto, o estoque de dólares aumentou 3,33%, para
US$ 161,097 bilhões -a menor taxa de crescimento do
ano. A tendência, entretanto,
mudou nos últimos dias.
Desde 30 de agosto, as reservas passaram a cair ligeiramente, chegando a US$
161,033 bilhões no dia 4.
Texto Anterior: Mercado: Volatilidade aumentou, afirma BC europeu Próximo Texto: Defim alerta para "patifaria" de banco estrangeiro Índice
|