São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Entrada de dólares no país cai em agosto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio à crise internacional, a entrada de dólares no país recuou 40,9% no mês passado em relação ao resultado de julho. Mesmo assim, o desempenho da balança comercial permitiu que ingressassem líquidos US$ 6,841 bilhões no país em agosto.
Mas, para especialistas, o movimento defensivo dos investidores foi menor que o esperado e o resultado chegou a surpreender.
No mês, a entrada de dólares foi garantida pelo superávit comercial, que trouxe US$ 6,88 bilhões ao Brasil. Na conta financeira -que inclui empréstimos feitos no exterior e investimentos estrangeiros-, o resultado foi ligeiramente negativo, com a saída de US$ 39 milhões.
"Os números surpreenderam positivamente. Havia a expectativa de que o número pudesse ser menor", diz a diretora da corretora AGK, Miriam Tavares, que acreditava em saldo de US$ 5,1 bilhões.
Os dados também foram bem recebidos pelo diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel. Ele observa que o saldo comercial veio dentro do esperado e que a surpresa está no déficit menor que o esperado no saldo financeiro. "Não foi tão ruim como alguns afirmavam. O resultado consolida a avaliação de que muitos estrangeiros deixaram a Bovespa, mas não saíram do Brasil e acabaram indo para outros investimentos."
Com o resultado de agosto, o Brasil registra a entrada de US$ 70,056 bilhões no acumulado do ano. O valor é 160,31% maior do que o registrado nos oito primeiros meses do ano passado.
Apesar do resultado melhor que o esperado, bancos mudaram de estratégia no mercado cambial. Em agosto e pela primeira vez desde novembro de 2006, as instituições voltaram a apostar na alta das cotações do dólar. Isso pode ser observado com as posições dos bancos no mercado futuro, que deixaram de ser "vendidas" -crença de queda das cotações- e passaram a ser "compradas" -aposta de alta do dólar.
No mês, as instituições bancárias montaram posição "comprada" de US$ 1,723 bilhão, contra "vendida" de US$ 2,74 bilhões em julho.
Desde 13 de agosto, o Banco Central não atua no mercado cambial para comprar dólares. A ausência coincide com o período de turbulência internacional.
Sem adquirir moeda, as reservas internacionais passaram a crescer mais devagar. Em agosto, o estoque de dólares aumentou 3,33%, para US$ 161,097 bilhões -a menor taxa de crescimento do ano. A tendência, entretanto, mudou nos últimos dias. Desde 30 de agosto, as reservas passaram a cair ligeiramente, chegando a US$ 161,033 bilhões no dia 4.


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