São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Para Greenspan, BC americano não pode ser "cofrinho mágico"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) Alan Greenspan defende agora que o governo tenha outros instrumentos para lidar com empresas em estado de insolvência, além do próprio BC americano.
Segundo ele, apesar da ajuda ao banco Bear Stearns, em março, e da possível intervenção nas gigantes do mercado hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac, o Fed não pode ser visto como "um cofrinho de porco mágico". O antecessor de Ben Bernanke no BC americano afirma que os Estados Unidos abandonaram há muito tempo a idéia de que as crises devem ser resolvidas unicamente pelos mercados, por isso a necessita de de novos instrumentos.
Conhecido pela posição cautelosa em relação ao controle do Estado sobre a economia, Greenspan sugeriu que o Congresso deva dar ao governo novos poderes, de forma a proteger o dinheiro dos contribuintes de eventuais perdas.
Para ele, deveria ser formada uma equipe especial, com ampla autoridade, para determinar se uma companhia em crise oferece perigo à economia americana. Em caso positivo, ela deveria ser fechada.
"Nós precisamos de leis que especifiquem e limitem as condições de salvamento de empresas. Leis que autorizem o Tesouro a usar o dinheiro do contribuinte contra crises financeiras de forma transparente e direta, em vez de fazê-lo de modo tortuoso, assim como fez o Fed depois do colapso do Bear Stearns", afirma o ex-presidente do Fed em epílogo para nova edição de seu livro "A Era da Turbulência: Aventuras em um Novo Mundo".
Ele prevê a formação de um grupo para procurar sanar as finanças de uma companhia antes que seus ativos sejam vendidos. Ainda assim, diz, o custo para o contribuinte ainda seria motivo de preocupação, embora pudesse ser minimizado.

Grande Depressão
O economista da Universidade Yale Robert Shiller disse que a queda nos preços de imóveis pode ser pior do que na Grande Depressão.
Segundo ela, na crise do século passado, os preços das casas caíram 30% nos EUA, enquanto na atual a desvalorização já é de 20% e a tendência é que a piora continue.


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