São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dell quer vender suas fábricas, diz jornal

Fabricante de PCs pretende terceirizar produção e diminuir custos, afirma "WSJ'

Lucro da Dell caiu 17% no segundo trimestre ante os mesmos meses de 2007, apesar de receita ter subido 11% no mesmo período

DA REDAÇÃO

A Dell, uma das maiores fabricantes de computadores pessoais do mundo, pretende vender as suas fábricas e terceirizar a produção, de acordo com o "Wall Street Journal". A intenção da medida é diminuir os custos e aumentar o lucro da companhia.
Segundo o jornal, a Dell tem buscado negociar as suas fábricas nos últimos meses com uma série de fabricantes de computadores. Ainda de acordo com o "Wall Street Journal", uma pessoa que conhece os planos da empresa disse que a Dell pretende vender a maior parte das suas fábricas nos próximos 18 meses, se não todas, e fazer acordo com os compradores para que eles continuem fabricando PCs para ela. Outras fábricas, no entanto, poderão ser fechadas. A Dell tem fábricas no Brasil -uma delas inaugurada em 2007, em Hortolândia (SP). Os mais prováveis interessados, diz o jornal, são grandes fabricantes asiáticos.
Uma das dificuldades da empresa para encontrar compradores seriam os altos custos dos funcionários nos EUA, onde está concentrada a maior parte das suas fábricas.
Apesar de ter faturado US$ 16,4 bilhões no segundo trimestre (11% mais que no mesmo período do ano passado), o lucro da empresa caiu 17% de abril a junho na comparação com os mesmos meses de 2007, para US$ 616 milhões. Desde o anúncio do resultado na semana passada, as ações da companhia caíram 19,1%. Ontem, porém, elas tiveram alta de 0,25%.
A empresa, pioneira na venda direta de PCs aos consumidores pela internet, vem enfrentando dificuldades com a mudança do cenário no mercado de computadores. As fábricas da empresa foram pensadas para atender clientes corporativos, com grandes pedidos de PCs. Nos últimos anos, no entanto, boa parte do crescimento tem ocorrido no setor de laptops vendidos em lojas, em que o modelo da Dell já não é considerado o mais econômico.
Até mesmo para tentar enfrentar essas mudanças, a Dell, no ano passado, mudou a sua política de só vender diretamente aos consumidores e passou a comercializar seus computadores na rede Wal-Mart, a maior cadeia varejista do mundo, inclusive no Brasil. Na Europa, ela negociou acordo semelhante com o Carrefour.
Procurado pelo "Wall Street Journal" para comentar a reportagem sobre a venda das fábricas, um porta-voz da Dell afirmou que a empresa "continua a expandir o uso de parcerias para a fabricação de design original e a relação de terceirização da produção". A mesma frase foi usada pela Dell em um documento entregue à SEC (a CVM norte-americana) no começo do ano.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Inflação recua pelo 3º mês com queda nos alimentos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.