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Consórcio de bancos diz que venceu disputa pelo ABN
Segundo bancos, 85% dos acionistas da instituição holandesa aceitaram a proposta
Consórcio, que inclui o RBS, o Santander e o Fortis, ofereceu US$ 100 bilhões pela instituição, que no Brasil é dona do Real
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após seis meses de negociação, a disputa pelo controle do
banco holandês ABN Amro, dono no Brasil do Real, pode ter
chegado ao fim com a adesão de
85% de seus acionistas pela
proposta de US$ 100 bilhões
feita pelo consórcio de bancos
liderado pelo escocês RBS (Royal Bank of Scotland). A informação foi veiculada na edição
eletrônica do jornal britânico
"Financial Times".
O consórcio tem ainda a participação do espanhol Santander e do belga-holandês Fortis.
Até o fechamento desta edição, o ABN não havia se pronunciado sobre a adesão à proposta do consórcio. O anúncio
deve ficar para a segunda.
Ontem, o banco britânico
Barclays decidiu retirar sua
oferta de cerca de US$ 88 bilhões pelo ABN, o segundo
maior grupo financeiro europeu, com mais de 4.500 agências em 53 países e dono no
Brasil do banco Real.
De acordo com a proposta,
que envolve 94% em dinheiro,
o consórcio deve fatiar as operações do ABN no mundo -no
Brasil, o ABN Real seria absorvido pelo Santander.
O consórcio tem até o final da
próxima semana para declarar
incondicional sua oferta. Se impor condições, como a reversão
da venda da unidade nos EUA,
os acionistas deverão revê-la.
A proposta do Barclays teve
adesão de apenas 0,2% dos
acionistas do banco holandês.
Para ser aceita, o banco britânico exigia pelo menos 80%. Com
a desistência, o Barclays vai receber uma indenização de
200 milhões do ABN, suficiente para cobrir os custos com a
negociação, disse o Barclays.
Trata-se do maior negócio da
história envolvendo bancos,
que começou quando um dos
acionistas minoritários, o fundo britânico TCI (O Investimento das Crianças, na sigla
em inglês) enviou no final de
fevereiro uma carta à direção
do ABN pedindo a divisão ou a
venda do banco devido à fraca
performance de suas ações.
A carta iniciou uma discussão sobre a gestão do banco e
despertou a cobiça dos mais
agressivos bancos do mundo.
O conselho do ABN chegou a
anunciar a fusão com o Barclays em maio, mesmo sabendo
que o consórcio tinha uma proposta superior em valor. A iniciativa foi criticada pelos minoritários e o negócio não seguiu.
Para viabilizar a fusão, o
ABN decidiu apostar em operação paralela, envolvendo a venda do banco La Salle, sua unidade nos EUA, para o Bank of
America. A unidade americana
era o ativo de principal interesse do RBS, líder do consórcio e
antigo parceiro do espanhol
Santander. A venda foi concluída no início desta semana por
US$ 21 bilhões em dinheiro.
Ontem, as ações do ABN permaneceram estáveis, enquanto
os papéis do Barclays tiveram
alta de 0,8% com a desistência.
Já as ações do RBS subiram
1,2%, e as do Santander, 0,9%.
As ações que mais subiram foram do Fortis, que tiveram valorização de 3% na Bolsa.
Com agências internacionais
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