São Paulo, Sábado, 06 de Novembro de 1999
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JULGAMENTO

Tribunal atesta prática de monopólio em ação movida por 19 Estados dos EUA

Microsoft sofre nova derrota na Justiça norte-americana

das agências internacionais

A Microsoft sofreu mais uma derrota no processo antimonopólio movido pelo Departamento de Justiça norte-americano e por 19 Estados do país.
O juiz Thomas Penfield Jackson, que julga o processo, atestou ontem que a Microsoft atua como monopólio nos EUA, prejudicando a concorrência e o princípio do livre mercado.
"Três fatos respaldam essa conclusão: o amplo e estável mercado que a companhia detém, as barreiras que a empresa impõe à entrada de concorrentes e a falta de alternativas comercialmente viáveis ao sistema operacional Windows", disse o juiz Jackson, em sua "exposição de fatos".
De acordo com Jackson, o Windows é o sistema operacional utilizado em pelo menos 95% dos computadores pessoais nos últimos dois anos, comprovando o monopólio.
A exposição -um documento com 207 páginas detalhando os fatos que levaram o juiz a concluir a prática de monopólio por parte da Microsoft- é considerada como uma espécie de decisão prévia e vai servir como base para as etapas posteriores do julgamento.
O julgamento foi iniciado há quase um ano. Essa última etapa, de formulação dos fatos relevantes para a decisão do caso, durou 76 dias.
O próximo passo será definir se o monopólio da empresa vem sendo exercido de forma ilegal.
A legislação comercial norte-americana, conhecida como Lei Sherman, não pune o monopólio se a empresa detém maioria de mercado em razão da superioridade de seu produto.
Determinar se a prática comercial da Microsoft era ilegal ou não é o próximo passo do julgamento, que deverá acontecer ainda neste ano.
O processo antimonopólio contra a empresa começou em maio de 98 e foi movido inicialmente por 20 Estados, com respaldo Departamento de Justiça. O departamento alegou que a inclusão do Internet Explorer no sistema operacional Windows é ilegal e anticompetitiva e teria o objetivo de destruir a concorrência, expulsando o Netscape do mercado
O chefe do comissão anti-truste do Departamento de Justiça, Joel Klein, disse estar satisfeito com a decisão. "Trata-se de uma vitória importante para o consumidor", disse.
"Vamos recorrer dessa decisão e tentar resolver essa questão de forma justa", disse o porta-voz da empresa, Jim Cullinan.


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