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INVESTIMENTOS
Ministro defende processo criticado pelo PT, mas diz que Tesouro pode adiá-lo se oferta de compra não for boa
Malan admite parar venda de ações do BB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan (Fazenda) defendeu ontem, por meio
de nota, o processo de venda de
17,8% das ações do Banco do Brasil. A nota admite, no entanto, que
a venda pode ser adiada, caso o
Tesouro Nacional avalie que as
ofertas de compra não foram
boas.
Anteontem, lideranças do PT
com trânsito no mercado financeiro defenderam o adiamento da
venda das ações do Banco do Brasil. O senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que seria
melhor esperar um momento
mais favorável no mercado para
iniciar a venda das ações.
Na nota divulgada ontem, a Fazenda afirma que "o vendedor
[das ações do BB", que é o Tesouro Nacional, se reserva o direito
de reavaliar a decisão de venda,
até a data da conclusão da oferta,
de acordo com as condições de
mercado".
Para a Fazenda, a venda das
ações não deveria causar nenhuma "surpresa ou estranheza",
pois foi uma decisão divulgada ao
público e noticiada pela imprensa. Segundo a nota, a equipe de
transição do presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva também
foi informada sobre o processo.
A oferta dos papéis teve início
ontem, e os interessados têm prazo até 22 de novembro para fazer
nos bancos credenciados a reserva do valor que pretendem comprar em ações.
O ministério fez questão de enfatizar que a decisão de vender
parte das ações do BB é um direito
do atual governo. "O empenho
para conduzir a transição de forma construtiva, civilizada e transparente não deve obscurecer o fato inquestionável de que o mandato do atual governo termina no
dia 31 de dezembro de 2002".
Ainda segundo a nota, o processo de venda das ações do BB consolida o fortalecimento das instituições financeiras federais iniciado pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Novo Mercado
Um dos principais objetivos de
vender as ações do BB é possibilitar a entrada do banco no Novo
Mercado da Bovespa (conjunto
de regras criadas pela Bolsa paulista para estimular a boa gestão
em empresas de capital aberto).
Para fazer parte dele, a empresa
precisa ter pelo menos 25% de
suas ações oferecidas no mercado. Atualmente, só 7,2% das ações
do BB são negociadas na Bolsa.
Com a venda dos papéis do BB,
o BNDES espera arrecadar R$ 1,3
bilhão. A compra poderá ser feita
com recursos do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço).
Segundo a Fazenda, o uso do
FGTS possibilita que "uma imensa legião de trabalhadores brasileiros se torne acionista da maior
instituição bancária da América
Latina".
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