São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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INVESTIMENTOS

Ministro defende processo criticado pelo PT, mas diz que Tesouro pode adiá-lo se oferta de compra não for boa

Malan admite parar venda de ações do BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) defendeu ontem, por meio de nota, o processo de venda de 17,8% das ações do Banco do Brasil. A nota admite, no entanto, que a venda pode ser adiada, caso o Tesouro Nacional avalie que as ofertas de compra não foram boas.
Anteontem, lideranças do PT com trânsito no mercado financeiro defenderam o adiamento da venda das ações do Banco do Brasil. O senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que seria melhor esperar um momento mais favorável no mercado para iniciar a venda das ações.
Na nota divulgada ontem, a Fazenda afirma que "o vendedor [das ações do BB", que é o Tesouro Nacional, se reserva o direito de reavaliar a decisão de venda, até a data da conclusão da oferta, de acordo com as condições de mercado".
Para a Fazenda, a venda das ações não deveria causar nenhuma "surpresa ou estranheza", pois foi uma decisão divulgada ao público e noticiada pela imprensa. Segundo a nota, a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva também foi informada sobre o processo.
A oferta dos papéis teve início ontem, e os interessados têm prazo até 22 de novembro para fazer nos bancos credenciados a reserva do valor que pretendem comprar em ações.
O ministério fez questão de enfatizar que a decisão de vender parte das ações do BB é um direito do atual governo. "O empenho para conduzir a transição de forma construtiva, civilizada e transparente não deve obscurecer o fato inquestionável de que o mandato do atual governo termina no dia 31 de dezembro de 2002".
Ainda segundo a nota, o processo de venda das ações do BB consolida o fortalecimento das instituições financeiras federais iniciado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Novo Mercado
Um dos principais objetivos de vender as ações do BB é possibilitar a entrada do banco no Novo Mercado da Bovespa (conjunto de regras criadas pela Bolsa paulista para estimular a boa gestão em empresas de capital aberto). Para fazer parte dele, a empresa precisa ter pelo menos 25% de suas ações oferecidas no mercado. Atualmente, só 7,2% das ações do BB são negociadas na Bolsa.
Com a venda dos papéis do BB, o BNDES espera arrecadar R$ 1,3 bilhão. A compra poderá ser feita com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Segundo a Fazenda, o uso do FGTS possibilita que "uma imensa legião de trabalhadores brasileiros se torne acionista da maior instituição bancária da América Latina".


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