São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Medo da inadimplência
As negociações de crédito para os agricultores voltaram àquele período em que o interesse dos bancos era muito limitado e que, devido às incertezas das receitas, as instituições financeiras eram extremamente seletivas.

Dois motivos
A restrição aumenta por dois motivos, diz um analista paranaense. Primeiro, as perspectivas de lucratividade caíram muito nos últimos meses com a queda acentuada dos preços no mercado externo e com os aumentos dos custos de produção. Os bancos estão levando muito em consideração as estimativas de rentabilidade.

Rentabilidade fraca
Nessa avaliação de crédito, os produtores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás levam a pior. Mesmo que obtenham produtividade máxima nessas regiões, a lucratividade prevista é de 10% a 20%, devido aos elevados custos. Já em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul essa taxa pode girar de 20% a 30%.

Outro agravante
Outro fator inibidor na obtenção de crédito é que, com a greve dos bancos, muitos produtores não conseguiram saldar as dívidas que venceram nesse período. Além de ter de renegociar esses pagamentos, encontram uma disposição menor dos bancos na liberação do crédito.

Maior em dez anos
Enquanto os norte-americanos não retornam ao mercado japonês de carne bovina, os australianos deitam e rolam por lá. A Meat Livestock Australia registra exportações de 31,1 mil toneladas do país para os japoneses em setembro -o melhor setembro desde 94. Essas exportações superam em 26% as do mesmo mês de 2003.

Sem pé no freio
Apesar do cenário pouco favorável, devido à forte queda nos preços das commodities, a indústria de máquinas agrícolas mantém alta a produção. Em outubro foram produzidas 6.481 unidades, 5,8% a mais do que em setembro. Em dez meses, a produção subiu 15% e atingiu 50,1 mil unidades. Os dados são da Anfavea.

Mas vendas caem
Mas se a produção se mantém em alta, os mercados interno e externo pisam no freio. As vendas internas caíram 5,6% em outubro e somaram 3.574 unidades. Até outubro foram 33,5 mil unidades, com alta de 0,7% sobre 2003.

Mercado externo
As vendas externas recuaram 9,8% no mês passado em relação às de setembro. O Brasil colocou 2.499 unidades no exterior no mês e 17,2 mil até outubro, 49% a mais do que em igual período de 2003.

Mercado externo
Mais um dia de baixas para soja e farelo ontem em Chicago. O primeiro contrato da soja em grão recuou para 505,50 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos), com queda de 0,8%, enquanto o farelo recuou 1,1%. Já o óleo de soja teve valorização de 2,1%.

Convênios
A Inlogs Logística, especializada na comercialização e exportação de soja não-transgênica, vai adquirir US$ 15 milhões em CPR de soja avalizada pelo Banco do Brasil. As CPRs estão vinculadas a operações de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio). O BB fechou, ainda, convênio com a Fertilizantes Heringer, que tomará crédito de R$ 10 milhões para financiar vendas a produtores.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br

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