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NET acusa telefônicas de adotar "discurso cínico"
Teles temem concorrência na telefonia fixa, diz Felix
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da NET, José
Antonio Felix, acusou ontem as
operadoras de telefonia fixa de
praticarem um "discurso cínico" em relação ao mercado de
TV por assinatura via cabo.
"Eles ficam com aquela conversa: "não me deixam fazer isso, não me deixam fazer aquilo".
É uma estratégia de defesa. Por
que não colocam banda larga
em cidade pequena? Não, eles
só querem competir na TV a cabo onde nós estamos".
Operadoras de telefonia fixa
(Telefônica e Oi) defendem
mudanças na lei que regulamenta o serviço de TV a cabo,
com o objetivo de oferecer o
que a NET já oferece hoje: serviços de telefonia fixa, banda
larga e TV paga num pacote.
A empresa, controlada pela
Globopar e amexicana América
Móvil (que no Brasil é dona da
Claro e da Embratel), é apontada como fonte de resistência a
mudanças na chamada Lei do
Cabo, atualmente em discussão
no Congresso Nacional.
Felix não esconde a oposição:
"Não é só a NET [contra as mudanças]. Tem pessoas lúcidas,
no governo federal e fora dele,
que enxergam esse quadro. Em
qualquer país do mundo, estabeleceram-se regras para a entrada das concessionárias de
telefonia fixa nesse segmento.
Aqui, tem meia dúzia que querem atropelar as regras".
Segundo a versão de Felix,
Telefônica e Oi temem o fortalecimento da NET na telefonia
fixa. Graças aos pacotes de serviços da empresa, o crescimento das vendas nesse segmento
superará 200% só neste ano.
"Quem defende o monopólio
são as teles. Não querem a competição na telefonia fixa. No dia
em que liberarem a TV via cabo
para eles, talvez coloquem no
Rio, em São Paulo, em Porto
Alegre e em Belo Horizonte.
Quero ver colocar nas cidades
menores", disse Felix no lançamento de um novo produto de
banda larga. O diretor-financeiro da NET, João Elek, disse
que, além do crescimento na telefonia fixa, a empresa registrou taxas de 60% na banda larga e de 22% nas vendas de TV
por assinatura.
Mas ele reconheceu que,
diante do cenário de crise, talvez a empresa não consiga repetir, ano que vem, o volume de
investimentos realizados este
ano, da ordem de R$ 1 bilhão.
"Vai depender de algumas
variáveis e de uma verificação
ainda a ser feita, sobre os impactos da crise", disse o diretor
da empresa.
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