São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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NET acusa telefônicas de adotar "discurso cínico"

Teles temem concorrência na telefonia fixa, diz Felix

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da NET, José Antonio Felix, acusou ontem as operadoras de telefonia fixa de praticarem um "discurso cínico" em relação ao mercado de TV por assinatura via cabo.
"Eles ficam com aquela conversa: "não me deixam fazer isso, não me deixam fazer aquilo". É uma estratégia de defesa. Por que não colocam banda larga em cidade pequena? Não, eles só querem competir na TV a cabo onde nós estamos".
Operadoras de telefonia fixa (Telefônica e Oi) defendem mudanças na lei que regulamenta o serviço de TV a cabo, com o objetivo de oferecer o que a NET já oferece hoje: serviços de telefonia fixa, banda larga e TV paga num pacote.
A empresa, controlada pela Globopar e amexicana América Móvil (que no Brasil é dona da Claro e da Embratel), é apontada como fonte de resistência a mudanças na chamada Lei do Cabo, atualmente em discussão no Congresso Nacional.
Felix não esconde a oposição: "Não é só a NET [contra as mudanças]. Tem pessoas lúcidas, no governo federal e fora dele, que enxergam esse quadro. Em qualquer país do mundo, estabeleceram-se regras para a entrada das concessionárias de telefonia fixa nesse segmento. Aqui, tem meia dúzia que querem atropelar as regras".
Segundo a versão de Felix, Telefônica e Oi temem o fortalecimento da NET na telefonia fixa. Graças aos pacotes de serviços da empresa, o crescimento das vendas nesse segmento superará 200% só neste ano.
"Quem defende o monopólio são as teles. Não querem a competição na telefonia fixa. No dia em que liberarem a TV via cabo para eles, talvez coloquem no Rio, em São Paulo, em Porto Alegre e em Belo Horizonte. Quero ver colocar nas cidades menores", disse Felix no lançamento de um novo produto de banda larga. O diretor-financeiro da NET, João Elek, disse que, além do crescimento na telefonia fixa, a empresa registrou taxas de 60% na banda larga e de 22% nas vendas de TV por assinatura.
Mas ele reconheceu que, diante do cenário de crise, talvez a empresa não consiga repetir, ano que vem, o volume de investimentos realizados este ano, da ordem de R$ 1 bilhão.
"Vai depender de algumas variáveis e de uma verificação ainda a ser feita, sobre os impactos da crise", disse o diretor da empresa.


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