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China aperta economia para conter PIB
Pequim anuncia mudança na política monetária de "prudente" para "apertada" para controlar inflação e crescimento
Apesar do maior rigor do Banco Central, país deve crescer cerca de 11% no ano que vem, com forte alta
dos investimentos
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A China anunciou ontem que
mudará sua política monetária
no próximo ano de "prudente"
para "apertada", na tentativa de
controlar a inflação e evitar o
superaquecimento da economia, que deve fechar 2007 com
expansão de 11,6%.
Apesar do maior rigor, a previsão é que o país continue a
crescer a uma taxa de dois dígitos. A Academia Chinesa de
Ciências Sociais, ligada ao governo, prevê que o PIB do país
em 2008 terá aumento próximo de 11%.
O Banco do Povo da China
-o banco central do país- já
adotou uma postura bem mais
agressiva neste ano para controlar a quantidade de dinheiro
em circulação na economia chinesa e o ritmo de crescimento
do PIB.
A taxa de juros foi elevada
cinco vezes, para 7,29%, e o volume de recursos que os bancos
devem deixar imobilizados no
BC, sem emprestar, subiu nove
vezes.
Apesar das medidas, os investimentos continuaram a
crescer de maneira acelerada.
Em outubro, o indicador teve
alta de 26,9%, patamar próximo aos dos meses anteriores. A
mais baixa expansão nos investimentos, de 23,4%, foi registrada em fevereiro.
Com a provável desaceleração das economias norte-americana e européia em 2008, o
mundo deverá depender mais
da China para manter sua expansão.
Na avaliação do FMI (Fundo
Monetário Internacional), o
país asiático dará, já em 2007, a
maior contribuição para o crescimento global, superior à dos
Estados Unidos -a primeira
vez em que isso ocorrerá.
Investimentos
A rápida expansão dos investimentos é uma das maiores
preocupações do governo chinês. O temor é que a capacidade
de produção cresça muito acima da demanda, o que poderia
levar a uma brusca interrupção
do ritmo de atividade e colocar
o país em uma rota deflacionária. Os empréstimos bancários
são uma das principais fontes
de recursos para os investimentos e estão na mira da política monetária mais agressiva
anunciada para 2008.
As diretrizes econômicas para o próximo ano foram divulgadas depois de reunião de três
dias entre as principais autoridades do governo.
Além do risco de superaquecimento, a China teme o descontrole da inflação, que esteve
na origem de ondas de descontentamento popular, como os
protestos de 1989 na praça Tiananmen.
O Índice de Preços ao Consumidor começou a se acelerar
em junho, quando atingiu 4,4%
em 12 meses. No mês seguinte,
subiu para 5,6% e, em agosto,
chegou a 6,5%, a maior taxa em
11 anos. Depois de cair para
6,2% em setembro, o índice
voltou a 6,5% no mês seguinte.
A Academia Chinesa de
Ciências Sociais prevê que a inflação ficará em 4,5% em 2008
e continuará a ser um dos principais problemas para o governo. "As prioridades das políticas chinesas de controle macroeconômico em 2008 devem
ser conter o rápido aumento do
preço de ativos e amenizar as
pressões inflacionárias", avalia
o "Livro Azul" no qual a instituição faz previsões econômicas para o próximo ano.
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