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Investimento de estrangeiros na Bovespa dispara em dezembro
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investimentos de estrangeiros na Bovespa (Bolsa de Valores
de São Paulo) dispararam em dezembro passado, totalizando um
saldo positivo (diferença entre
compra e venda de papéis) de R$
465,7 milhões. Foi o melhor resultado mensal do ano, 423,5% superior ao registrado em novembro.
"O fim do estresse político e a
melhora das contas externas fez o
investidor estrangeiro começar a
voltar para os C-bonds desde novembro, derrubando o risco-país,
e a Bolsa está acompanhando esse
movimento", diz Walter Mendes,
administrador de recursos para
América Latina da Schroder Investment Management.
Segundo Mendes, "a tendência
é continuar entrando mais dinheiro de estrangeiros em Bolsa
se o risco Brasil continuar caindo". Segundo ele, o risco-país explica 90% do comportamento da
Bolsa. "O investidor estrangeiro
percebe que tem uma oportunidade de ganho aqui, pois para o
atual nível de risco Brasil os preços dos papéis deveriam estar
20% mais altos", acrescenta.
No entanto, o saldo acumulado
de capital externo em Bolsa, no
ano, foi negativo em R$ 1,443 bilhão, resultado do grande volume
de saída registrado entre maio e
setembro do ano passado, no auge da disputa eleitoral.
A participação dos estrangeiros
na Bovespa também continua
baixa, de apenas 12,2% do total de
negócios. Historicamente os estrangeiros respondem por cerca
de 30% dos negócios.
Em 2002, o volume financeiro
da Bovespa caiu. A média diária
anual ficou em R$ 558 milhões,
8,7% menor que os R$ 610 milhões registrados em 2001. No último mês de 2002, a Bovespa movimentou em média R$ 604 milhões por dia.
Segundo Jorge Simino, diretor
da UAM (Unibanco Asset Management), a volta dos investidores
estrangeiros deverá ajudar a melhorar o volume diário de negócios. "Esse movimento também
ajuda a derrubar o câmbio, o que
melhora a expectativa de inflação
para este ano", diz ele.
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