São Paulo, terça-feira, 07 de janeiro de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Sem sustos
Este deverá ser mais um ano bom para os produtores agrícolas. A safra será elevada e os preços manterão tendência de alta. Será mais um período de acúmulo de renda, o que já vem ocorrendo desde a safra de 2000. Soja e milho serão novamente as estrelas.

Melhor dos 3 anos
Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba, diz que este poderá ser o melhor dos últimos três anos em termos de preços para a soja. O consumo mundial é firme, como mostram os dados de exportações dos EUA, o que tem diminuído constantemente os estoques norte-americanos.

Mercado firme
O mercado de soja, que teve alta no final de ano, deverá continuar com preços aquecidos nas próximas semanas, diz Muraro. Os fundos de investimentos continuam comprando, o que tem garantido US$ 5,78 por bushel (27,2 quilos) nos contratos de maio.

Preço salgado
Passado o período de ajuste das últimas semanas, quando caíram, os preços do milho continuarão aquecidos, diz Muraro. O poder de fogo dos produtores -que acumularam renda nas últimas safras devido aos elevados preços- permitirá uma desova de produto a conta-gotas.

Semente cara
Muraro diz que os preços aquecidos do milho vão incentivar ainda mais o plantio da safrinha. Já o cerealista José Pitoli, de Cornélio Procópio (PR), diz que a opção dos produtores será maior pelo milho devido aos elevados preços da semente de trigo, que está de R$ 55 a R$ 60 por saca.

Aqui e lá
Os dados finais de preços agrícolas mostram boa renda para produtores brasileiros e norte-americanos. Por aqui, os preços médios subiram 30,5% em 2002, conforme pesquisa do Instituto de Economia Agrícola no Estado de São Paulo. Nos Estados Unidos, a alta foi de 4,5%. Já os europeus tiveram queda real de 2,9%.

Ritmo acelerado
O reajuste de preços dos produtos agrícolas de dezembro (2,35%) foi o menor desde setembro, quando os preços registraram elevação de 8,83%. Nos últimos quatro meses, no entanto, o aumento acumulado foi de 27,2%, segundo a pesquisa do IEA.

Os destaques
Nelson Martin, coordenador da pesquisa do IEA, destaca que os líderes de aumento no ano passado foram milho (125%), amendoim (103%), trigo (96%), algodão (89%), feijão (78%), café (77%) e soja (56%). Dois produtos dos 19 pesquisados tiveram queda de preços: cebola (9%) e cana-de-açúcar (3%).

Crédito
O Banco do Brasil liberou R$ 8,8 bilhões de crédito rural de junho a dezembro. Esse valor supera em 26,6% o do mesmo período de 2001. Até o final desta safra, em junho, o BB espera liberar R$ 13 bilhões, contra R$ 10,6 bilhões na safra 2001/02.

Plantio não terminou
Os gaúchos já semearam 93% da área de arroz. O plantio está atrasado, o que deverá retardar a safra de duas a três semanas.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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