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ESTUDO
Renovação da pastagem por fogo diminui produtividade dos animais
Queimar pasto dá perda a produtor
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
A queima de pastagens no período de seca pode representar
um prejuízo de R$ 796 por hectare
para pecuaristas, segundo levantamento da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Gado de Corte. Ao atear
fogo ao capim, o produtor deixa
de produzir feno e silagem, o que
representa uma perda de eficiência na produção de carne.
O levantamento, realizado pela
pesquisadora Maria Ribeiro
Araújo, mostra que o pecuarista
pode aumentar a eficiência de sua
produção se não queimar o capim
e, em vez disso, produzir feno. Segundo ela, de um hectare de capim seco, é possível obter cerca de
quatro toneladas de feno, que podem ser utilizadas como suplemento alimentar para os animais.
Essas quatro toneladas, diz, são
suficientes para elevar em até 200
kg a produção de carne por hectare de rebanho, ou seja, cerca de
13,5 arrobas a mais por ha. Com a
arroba a R$ 59, o produtor deixa
de ganhar quase R$ 800 com a
queima do pasto.
A queima das pastagens é realizada para "limpar" o pasto e forçar uma renovação do capim.
Tendo sido queimado, ele volta a
brotar com as primeiras chuvas
após o período de seca. Isso é interessante no curto prazo pois oferece para os animais capim novo e
limpo de plantas invasoras.
Esse capim novo, porém, não é
mais tão nutritivo, segundo a Embrapa. Muito rico em água, em
vez de em fibras, pode causar
diarréia em animais novos, principalmente bezerros.
Outro problema derivado da
queima das pastagens é a degradação constante do solo. O uso
sistemático do fogo acaba por
exaurir o solo de nutrientes e de
microrganismos importantes para o capim. A partir daí, o capim
começa a rarear e a sumir, com
risco de a área se desertificar pela
falta de cobertura e pela influência
de ventos, sol e chuvas.
Para recuperar um hectare de
pasto, o custo médio é de R$ 500.
Esse investimento, segundo a
Embrapa, demora em média três
anos para dar retorno.
Além do uso do feno, o pecuarista tem outras formas de evitar a
necessidade de queimar a pastagem. Uma delas é a diversificação
das variedades de capim na propriedade, utilizando espécies
mais resistentes à falta de chuvas.
Outra solução simples, apesar
de mais custosa, é a adubação de
formação e manutenção da pastagem, que garante a força ao capim
para enfrentar a seca.
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