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MERCADO FINANCEIRO
Moratória mineira derruba títulos da dívida
da Reportagem Local
O mercado financeiro subia ontem, até que o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, decretou moratória da dívida estadual
com o governo federal, por volta
das 18h30. Os títulos da dívida externa despencaram, assim como a
ação da Telebrás em Nova York.
Os investidores internacionais
ficaram preocupados que o Brasil
não consiga cumprir as metas de
déficit público fixadas com o Fundo Monetário Internacional.
O pânico se espalhou também
por causa de um título do governo
mineiro lançado no mercado internacional, que vence no dia 10
de fevereiro, de US$ 100 milhões.
Os estrangeiros temem que esse título não seja honrado, apesar de
os bancos que operam no Brasil
insistirem que o risco é mínimo.
Há temores entre os estrangeiros
de que o "efeito Itamar" chegue a
outros Estados do país, o que poderia complicar ainda mais as metas com o FMI. O governador do
Rio Grande do Sul, Olívio Dutra,
já declarou que não vai pagar parcela da dívida com o governo federal que vence no dia 15.
O C-bond, o título da dívida externa brasileira federal mais negociado, estava cotado a 62,375% do
valor de face quando a notícia da
moratória mineira chegou ao
mercado. Despencou e terminou o
dia a 60,25%, contra o fechamento
de 61,75% de anteontem.
As ações de Telebrás negociadas
em Nova York, cuja Bolsa fecha às
19h de São Paulo, estavam a US$
81,50. Quando os investidores tomaram conhecimento da decisão
de Itamar, caíram para US$ 77,88.
A Bolsa de Valores de São Paulo
não foi afetada ainda pela moratória mineira, anunciada após o seu
fechamento, às 18h. Animada com
as fortes altas na Bolsa de Nova
York, Europa e Japão e pelas perspectivas positivas de aprovação da
CPMF, subiu 3,09%. O volume financeiro melhorou, batendo nos
R$ 359,44 milhões.
O fluxo cambial continuou negativo ontem. Até as 19h, haviam
saído US$ 180 milhões, US$ 160
milhões pelo mercado de dólar comercial e financeiro e mais US$ 20
milhões pelo mercado de dólar
flutuante, um segmento do turismo. Anteontem, a evasão de divisas foi de US$ 200 milhões.
O Banco Central atuou no mercado de dólar comercial e alterou a
minibanda cambial, a faixa informal de variação do dólar. Desvalorizou o real em 0,08% no piso e no
teto.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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