São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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Sarkozy critica Brown e causa mal-estar na UE

Presidente francês diz que redução fiscal do plano britânico não vai "resultar em nada"

Horas depois, premiê tcheco critica protecionismo da França; líderes europeus não conseguem afinar ainda uma resposta contra a crise

DA REDAÇÃO

A crise esquentou os ânimos na União Europeia. O premiê britânico, Gordon Brown, teve uma das medidas do seu pacote de estímulo à economia -o corte no imposto sobre mercadorias- fustigada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, numa entrevista (endossando a crítica anterior do ministro das Finanças da Dinamarca). Horas depois, Sarkozy foi o alvo. O premiê tcheco, Mirek Topolanek, que ocupa a presidência do bloco europeu, acusou a França de adotar medidas protecionistas no setor automotivo.
O estopim da polêmica foi uma entrevista de Sarkozy na noite de quinta-feira. Ele disse que a França não repetiria os "erros" dos britânicos, acrescentando que o corte de impostos previsto no pacote de estimulo à economia lançado em novembro por Brown "absolutamente não funcionou".
"O Reino Unido está cortando taxas. Isso vai resultar em nada. O consumo continua a cair", disse Sarkozy.
Brown vinha tentando impor seu modelo aos parceiros do bloco. Inicialmente celebrado como o "salvador do sistema", o premiê trabalhista periga cair antes das eleições de 2010. Logo, as declarações de Sarkozy foram um prato cheio para a oposição dos conservadores liderados por David Cameron.
O porta-voz de Brown não escondeu sua irritação: "O Palácio do Eliseu [da França] entrou em contato para assegurar que as declarações não significam uma crítica à política econômica do Reino Unido -o que é bom", ressaltou.
O corte temporário de 2,5 pontos percentuais no imposto sobre mercadorias (que custaria ao erário o equivalente a US$ 18,4 bilhões) foi o ponto central do pacote de Brown.
No começo da semana, o ministro das Finanças da Dinamarca, Wouter Bos, havia dito que o corte fiscal "não é uma coisa muito sábia a ser feita". "Eu não acredito que isso vá contribuir para uma recuperação da economia", disse.

Algoz vira alvo
Horas após a entrevista de Sarkozy, Mirek Topolanek, premiê da República Tcheca, que ocupa a presidência da União Europeia, disse que a França se aproveita da crise para adotar medidas protecionistas no seu setor automotivo.
"O presidente francês deseja proteger os interesses de seu país e eu, como premiê tcheco e presidente do Conselho Europeu, defendo o princípio de que as regras são as mesmas para todos", afirmou.

Com agências internacionais


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