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Sarkozy critica Brown e causa mal-estar na UE
Presidente francês diz que redução fiscal do plano britânico não vai "resultar em nada"
Horas depois, premiê tcheco critica protecionismo da França; líderes europeus não conseguem afinar ainda uma resposta contra a crise
DA REDAÇÃO
A crise esquentou os ânimos
na União Europeia. O premiê
britânico, Gordon Brown, teve
uma das medidas do seu pacote
de estímulo à economia -o
corte no imposto sobre mercadorias- fustigada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy,
numa entrevista (endossando a
crítica anterior do ministro das
Finanças da Dinamarca). Horas depois, Sarkozy foi o alvo. O
premiê tcheco, Mirek Topolanek, que ocupa a presidência do
bloco europeu, acusou a França
de adotar medidas protecionistas no setor automotivo.
O estopim da polêmica foi
uma entrevista de Sarkozy na
noite de quinta-feira. Ele disse
que a França não repetiria os
"erros" dos britânicos, acrescentando que o corte de impostos previsto no pacote de estimulo à economia lançado em
novembro por Brown "absolutamente não funcionou".
"O Reino Unido está cortando taxas. Isso vai resultar em
nada. O consumo continua a
cair", disse Sarkozy.
Brown vinha tentando impor
seu modelo aos parceiros do
bloco. Inicialmente celebrado
como o "salvador do sistema", o
premiê trabalhista periga cair
antes das eleições de 2010. Logo, as declarações de Sarkozy
foram um prato cheio para a
oposição dos conservadores liderados por David Cameron.
O porta-voz de Brown não
escondeu sua irritação: "O Palácio do Eliseu [da França] entrou em contato para assegurar
que as declarações não significam uma crítica à política econômica do Reino Unido -o que
é bom", ressaltou.
O corte temporário de 2,5
pontos percentuais no imposto
sobre mercadorias (que custaria ao erário o equivalente a
US$ 18,4 bilhões) foi o ponto
central do pacote de Brown.
No começo da semana, o ministro das Finanças da Dinamarca, Wouter Bos, havia dito
que o corte fiscal "não é uma
coisa muito sábia a ser feita".
"Eu não acredito que isso vá
contribuir para uma recuperação da economia", disse.
Algoz vira alvo
Horas após a entrevista de
Sarkozy, Mirek Topolanek,
premiê da República Tcheca,
que ocupa a presidência da
União Europeia, disse que a
França se aproveita da crise para adotar medidas protecionistas no seu setor automotivo.
"O presidente francês deseja
proteger os interesses de seu
país e eu, como premiê tcheco e
presidente do Conselho Europeu, defendo o princípio de que
as regras são as mesmas para
todos", afirmou.
Com agências internacionais
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