São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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INDÚSTRIA NAVAL

Transpetro e Usiminas travam disputa por encomenda de aço

DA SUCURSAL DO RIO

A Transpetro acusou ontem a Usiminas de se valer da condição de detentora do "monopólio privado" para "impor preços e condições" na compra de aço para a indústria naval, em reação à proposta da siderúrgica para adoção de barreiras à entrada de produtos importados. A Usiminas é a única empresa no país a produzir aço para o setor naval.
Transpetro e Usiminas travam uma guerra por conta da encomenda de 42 mil toneladas de aço para a construção de navios para a subsidiária da Petrobras.
A siderúrgica critica a importação de aço da China para a construção de navios da Transpetro, cujo preço é menor do que o praticado no mercado chinês- sugerindo a prática de dumping.
A disputa foi parar no Planalto. O IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) e a Usiminas pediram ao presidente Lula a adoção temporária de uma política de preços mínimos. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) deve analisar a questão na próxima semana.
"A Usiminas quer uma reserva de mercado, na contramão da linguagem mundial da competitividade", diz Sérgio Machado, presidente da Transpetro.
Em janeiro, a Transpetro fez uma tomada de preços em onze usinas em sete países para a construção de 15 navios.
A Usiminas ofereceu o preço mais alto - 60% acima da proposta de uma siderúrgica chinesa, considerada a melhor oferta. Depois de a China ter levado o primeiro lote da encomenda, de 18 mil toneladas, a Usiminas aceitou fornecer outras 18 mil toneladas pelo preço do concorrente. O resto da encomenda voltou para os chineses.
(SAMANTHA LIMA e PEDRO SOARES)


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