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MERCADO FINANCEIRO
Volume fraco limita progressão da Bolsa
da Reportagem Local
Nem o bom dia na Bolsa de Nova
York, onde o índice Dow Jones ultrapassou o limite de 8.000 pontos,
foi capaz de estimular uma valorização mais forte do Ibovespa.
O índice da Bolsa paulista fechou
em alta de 0,63%, mas sofreu com
a falta de novos investidores e com
o pequeno volume movimentado
no pregão -de US$ 538 milhões.
Esse tem sido o principal problema da Bolsa, de longe o segmento
do mercado financeiro mais afetado pela persistente desconfiança
dos investidores internacionais.
Janeiro deveria ter sido o mês em
que os administradores de fundos
reveriam suas aplicações, escolhendo para que países enviar seus
recursos. Mas o espasmo da crise
asiática, nas duas primeiras semanas do mês passado, adiou por
mais um tempo as definições.
Há muitas previsões sobre quando e para onde irão os recursos,
represados em papéis de países do
primeiro mundo desde o crash
global de outubro.
Uns apostam que a América Latina começará a receber esses recursos de forma mais maciça no
segundo trimestre. Outros, como
o analista do Lloyds, Paulo de Sá,
estão menos otimistas.
"Eu não vejo a América Latina
como uma opção tão clara para os
investidores. É claro que, com a
calmaria externa, o fluxo para a
região deve aumentar, mas esse
retorno será lento. Estou otimista
no curto prazo, mas conservador
no médio", diz o analista.
O otimismo de curto prazo é generalizado e aparece porque o cenário interno está melhorando.
Há mais entrada de divisas e as reservas cambiais, mesmo que de
forma vagarosa, estão crescendo.
O ritmo desses movimentos serve para acalmar os mercados de
câmbio e de juros, mas tem sido
insuficiente para estimular as Bolsas de Valores.
O volume médio negociado na
Bovespa no mês passado totalizou
US$ 11,3 bilhões, 22,7% a menos
que em dezembro. A média diária,
de US$ 538,8 milhões, não faz nem
sombra aos US$ 800 milhões de
média do final do ano passado.
Nessas circunstâncias, os negócios na Bolsa têm se concentrado
em papéis de primeira linha, principalmente ações das empresas de
telecomunicações.
Ontem, por exemplo, cerca de
70% do volume negociado se concentrou nos papéis da Telebrás e
das principais teles estaduais.
(SÉRGIO LÍRIO)
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