São Paulo, sábado, 7 de fevereiro de 1998

Texto Anterior | Índice

MERCADO FINANCEIRO
Volume fraco limita progressão da Bolsa

da Reportagem Local

Nem o bom dia na Bolsa de Nova York, onde o índice Dow Jones ultrapassou o limite de 8.000 pontos, foi capaz de estimular uma valorização mais forte do Ibovespa.
O índice da Bolsa paulista fechou em alta de 0,63%, mas sofreu com a falta de novos investidores e com o pequeno volume movimentado no pregão -de US$ 538 milhões.
Esse tem sido o principal problema da Bolsa, de longe o segmento do mercado financeiro mais afetado pela persistente desconfiança dos investidores internacionais.
Janeiro deveria ter sido o mês em que os administradores de fundos reveriam suas aplicações, escolhendo para que países enviar seus recursos. Mas o espasmo da crise asiática, nas duas primeiras semanas do mês passado, adiou por mais um tempo as definições.
Há muitas previsões sobre quando e para onde irão os recursos, represados em papéis de países do primeiro mundo desde o crash global de outubro.
Uns apostam que a América Latina começará a receber esses recursos de forma mais maciça no segundo trimestre. Outros, como o analista do Lloyds, Paulo de Sá, estão menos otimistas.
"Eu não vejo a América Latina como uma opção tão clara para os investidores. É claro que, com a calmaria externa, o fluxo para a região deve aumentar, mas esse retorno será lento. Estou otimista no curto prazo, mas conservador no médio", diz o analista.
O otimismo de curto prazo é generalizado e aparece porque o cenário interno está melhorando. Há mais entrada de divisas e as reservas cambiais, mesmo que de forma vagarosa, estão crescendo.
O ritmo desses movimentos serve para acalmar os mercados de câmbio e de juros, mas tem sido insuficiente para estimular as Bolsas de Valores.
O volume médio negociado na Bovespa no mês passado totalizou US$ 11,3 bilhões, 22,7% a menos que em dezembro. A média diária, de US$ 538,8 milhões, não faz nem sombra aos US$ 800 milhões de média do final do ano passado.
Nessas circunstâncias, os negócios na Bolsa têm se concentrado em papéis de primeira linha, principalmente ações das empresas de telecomunicações.
Ontem, por exemplo, cerca de 70% do volume negociado se concentrou nos papéis da Telebrás e das principais teles estaduais.
(SÉRGIO LÍRIO)


Texto Anterior | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.