CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ainda não decidiu se vai executar as garantias do contrato de financiamento que tem com a Transgás, empresa do grupo AES. Na sexta-feira passada o banco recusou proposta da empresa para a rolagem até 15 de abril de uma parcela da dívida equivalente a US$ 330 milhões.
O banco espera receber da empresa norte-americana, controladora da Eletropaulo, uma proposta que viabilize uma saída negociada para o impasse da dívida. A AES deve US$ 1,131 bilhão ao BNDES, valor originário de dois empréstimos: um para a compra de ações ordinárias (com direito a voto) da Eletropaulo e outro para a compra de ações preferenciais da distribuidora paulista.
A parcela vencida no dia 28 era referente ao empréstimo das preferenciais, contraído no começo de 2000, no valor original de aproximadamente US$ 1 bilhão. A empresa pagou cerca de US$ 600 milhões e deve US$ 604 milhões (cerca de R$ 2,1 bilhões), incluídos os juros.
O BNDES busca uma solução que inclua, além da dívida da Transgás, a parcela de US$ 527 milhões (cerca de R$ 1,84 bilhão) devida pela AES Elpa, originária do empréstimo de US$ 888,6 milhões feito em 1998 para a compra do controle da Eletropaulo.
A AES já está inadimplente com uma parcela de US$ 85 milhões desse empréstimo, vencida no dia 31 de janeiro. Para uma parte do governo, a solução é a retomada do controle da distribuidora.
A Eletropaulo informou que conseguiu adiar o pagamento de um empréstimo de US$ 50 milhões de dezembro de 2005 para dezembro de 2006. A dívida é um empréstimo sindicalizado, ou seja, em associação com diversos bancos. Na semana passada a empresa também conseguiu renegociar aproximadamente R$ 175 milhões em debêntures.