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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
"O céu não está tão azul", diz Delfim
A recuperação de ontem do
mercado de ações provocou um
alívio generalizado aos investidores, mas isso não significa
que a turbulência iniciada na
semana passada, com a queda
da Bolsa de Xangai, já tenha sido superada de vez. Há ainda
muitas dúvidas no horizonte.
Embora ache que o terremoto não seja tão grave, o ex-ministro Delfim Netto chama a
atenção, por exemplo, para a
dificuldade de interpretar a situação real do mercado de
ações chinês, dado que a economia é centralizada.
O fato, segundo Delfim, é que
esse susto mostrou que há algum desarranjo no mercado,
principalmente na China. "Esse movimento reflete a primeira manifestação de desconfiança", diz ele. "O céu não está tão
azul quanto se pensa."
Uma das lições mais importantes, no entanto, foi a de o
Brasil, dessa vez, não ter sido
tão atingido pela turbulência
externa. No breve terremoto de
maio do ano passado, por
exemplo, o risco-país chegou a
atingir 290 pontos e o dólar subiu de R$ 2,06 para R$ 2,37.
Desta vez, o risco-país oscilou
ao redor de 200 pontos e subiu
de R$ 2,07 para R$ 2,15. Os efeitos foram mínimos.
O economista Roberto Padovani, do Banco WestLB, atribui
essa reação positiva do Brasil
principalmente à política de
acumulação de reservas do
Banco Central. O fato de o Brasil ter reduzido a dívida externa
líquida foi fator determinante
para evitar grandes oscilações
no câmbio e no risco-país.
Além disso, Padovani diz que
foi também a acumulação de
reservas que permitiu a continuidade do processo de redução de juros pelo Banco Central. "As reservas foram fundamentais para evitar o impacto
de uma crise na política monetária no país", diz.
Sobre a recuperação do mercado ontem, Padovani diz que
ainda é cedo para se fazer qualquer previsão. "Recuperações
como a de hoje [ontem] não me
deixam tranqüilo. As idas e vindas ainda são grandes."
Empresa adota sistema de concessionárias
Especializada em carpetes
e tapetes residenciais para
as classes A e B, a Avanti lança seu projeto de expansão
neste ano. A empresa usará
o modelo de concessão de
uso de marca. "Não é franquia porque não cobramos
royalties", diz Rafael Lettiere, presidente da empresa.
Segundo ele, há também
uma alternativa "light" para
as novas concessionárias
-uma versão em que o lojista pode deixar que a Avanti
assuma todas as responsabilidades de logística, impostos e notas fiscais, enquanto
se preocupa única e exclusivamente com a venda.
A rede conta hoje com
quatro lojas próprias, transformadas em concessionárias em janeiro deste ano, e
com uma franquia. A idéia é
que sejam abertas outras
dez em 2007.
COFRINHO
Será lançado em abril o livro "Moedas Brasileiras" (ed.
Magma Cultural, 450 págs). A obra traz imagens de cerca
de mil moedas, da mais completa coleção de moedas brasileiras, pertencente a Olavo Setubal. Um estúdio foi
montado dentro do cofre da reserva técnica do Itaú Cultural para fotografá-las. O destaque é a moeda da coroação de dom Pedro 1º, de uma série de apenas 64, que não
o agradou. O livro conta que, no ato da coroação, quando
dom Pedro viu sua face estampada nas moedas com o rosto semelhante ao de Júlio César, ficou furioso e lançou a
bandeja longe, já que ele se considerava um militar, e não
um imperador. Hoje, menos de cinco dessas moedas ainda
existem e podem ser negociadas por R$ 500 mil.
BAGAGEM
O CEO mundial da Philips, Gerard Kleisterlee, vem
ao Brasil para os eventos de
homenagens a Marcos Magalhães, que após 35 anos na
Philips, vai se aposentar no
fim do mês e será substituído por Paulo Zottolo. Na
agenda de Kleisterlee, um
almoço empresarial, no dia
23, no Hilton, em SP, organizado em parceria com o Lide
(Líderes Empresariais).
MOTOR
As concessionárias de veículos foram destaque em volume de vendas no início do
ano. O setor teve alta de
34,2% em janeiro em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa
Conjuntural do Comércio
Varejista, que a Fecomercio
SP divulga hoje. A facilidade
de crédito foi o que mais influenciou este resultado. Já
as lojas de autopeças e acessórios registraram, em janeiro, queda de 29% se comparado a janeiro de 2006, o
pior resultado do varejo.
FRANQUEADO
O Brasil é o primeiro país a
assinar acordo de cooperação na área de franquias com
os EUA. O compromisso, fechado pelo Ministério do
Desenvolvimento, estabelece um código de franquias,
que estipula regras e a conduta ética de franqueadores
e de franqueados.
EDUCAÇÃO
Será realizado amanhã,
pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola),
em SP, o seminário Inventário da Educação Brasileira e
Recomendações para seu
Aperfeiçoamento. Entre os
participantes estão Paulo
Nathanael Pereira de Souza,
ex-presidente do Conselho
Federal de Educação, e Arnaldo Niskier, ex-secretário
de Educação do Rio.
DE AÇO
O Sistema Usiminas vai
investir na Unigal, joint venture com a Nippon Steel especializada na produção de
aços galvanizados, cerca de
US$ 25 milhões que permitirão à empresa ampliar a sua
capacidade de produção em
12%. Em 2006, a Unigal
atingiu produção de 446 mil
toneladas de aço. A Usiminas detém 79% do capital da
empresa, e a Nippon, 21%.
LANÇAMENTO
O empresário Ciro Lilla,
dono da Mistral, lança amanhã, em São Paulo, sua mais
nova importadora de vinhos, a Vinci. A empresa começa com 75 produtores e
700 vinhos. Alguns produtores são novos, como a Viña
Tondonia (Espanha), a O.
Fournier (Argentina) e a
Kaiken (Argentina). A festa
de lançamento contará com
a presença de José Manuel
Ortega Gil-Fournier, proprietário da vinícola O.
Fournier, uma das maiores
da Argentina.
EQUIPAMENTO
A ABB -que produz tecnologias de potência e automação e aumentou o lucro
em 89%, em 2006- está
modernizando as plantas da
Dow Brasil, do grupo Dow
Química. Pelo acordo, a ABB
fornecerá sistema de automação baseado em mecanismo que aumenta a produtividade pela diminuição do
retrabalho e ampliação da
vida útil dos equipamentos.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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