São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Analista ataca metodologia usada pelo BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar das desvantagens que o novo cálculo da TR (Taxa Referencial) deve trazer para quem tem dinheiro depositado na poupança ou no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), há quem defenda que a mudança ajuda a dar mais equilíbrio entre as aplicações na caderneta e nos fundos de investimento, o que seria bom.
Para José Dutra Vieira Sobrinho, professor de matemática financeira, não seria positivo se os juros pagos pelos títulos públicos ficassem, em algum momento, abaixo da taxa oferecida pela poupança, pois o governo teria dificuldades em financiar sua dívida.
"Não é uma preocupação com os bancos, e sim com o equilíbrio do mercado", afirma. Além disso, na opinião do professor, seria muito difícil que o aumento nos depósitos na caderneta que ocorreria num cenário desses fosse repassado ao mercado na forma de crédito habitacional.
Hoje, os bancos devem aplicar pelo menos 65% dos saldos da poupança em empréstimos para a compra da casa própria. "Por mais que crescesse o financiamento habitacional, seria inferior ao aumento da poupança", afirma.
A crítica feita por Vieira Sobrinho é, na verdade, em relação à metodologia usada pelo Banco Central para calcular a TR, que, na sua visão, é complicada demais. "É uma fórmula complicada e desnecessária", argumenta.
Segundo ele, seria mais "razoável" se o BC simplesmente estabelecesse que a TR corresponderia a um certo percentual da taxa Selic. Em vez disso, é usada hoje uma fórmula que considera parâmetros fixados arbitrariamente pelo BC.


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