|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Analista ataca metodologia usada pelo BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar das desvantagens que
o novo cálculo da TR (Taxa Referencial) deve trazer para
quem tem dinheiro depositado
na poupança ou no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço), há quem defenda que
a mudança ajuda a dar mais
equilíbrio entre as aplicações
na caderneta e nos fundos de
investimento, o que seria bom.
Para José Dutra Vieira Sobrinho, professor de matemática
financeira, não seria positivo se
os juros pagos pelos títulos públicos ficassem, em algum momento, abaixo da taxa oferecida
pela poupança, pois o governo
teria dificuldades em financiar
sua dívida.
"Não é uma preocupação
com os bancos, e sim com o
equilíbrio do mercado", afirma.
Além disso, na opinião do professor, seria muito difícil que o
aumento nos depósitos na caderneta que ocorreria num cenário desses fosse repassado ao
mercado na forma de crédito
habitacional.
Hoje, os bancos devem aplicar pelo menos 65% dos saldos
da poupança em empréstimos
para a compra da casa própria.
"Por mais que crescesse o financiamento habitacional, seria inferior ao aumento da poupança", afirma.
A crítica feita por Vieira Sobrinho é, na verdade, em relação à metodologia usada pelo
Banco Central para calcular a
TR, que, na sua visão, é complicada demais. "É uma fórmula
complicada e desnecessária",
argumenta.
Segundo ele, seria mais "razoável" se o BC simplesmente
estabelecesse que a TR corresponderia a um certo percentual
da taxa Selic. Em vez disso, é
usada hoje uma fórmula que
considera parâmetros fixados
arbitrariamente pelo BC.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Bancos 1: Cade pode avaliar concorrência no sistema bancário Índice
|