DA SUCURSAL DO RIO

Apesar da queda na produção, os dados da indústria trouxeram uma boa notícia: a forte expansão de 1,7% na fabricação de bens de capital de dezembro para janeiro. É um sinal de que os empresários estão mais confiantes em investir para ampliar a capacidade produtiva.
Na comparação com janeiro de 2006, a fabricação de bens de capital (máquinas e equipamentos) subiu 18%.
"O resultado é positivo ao indicar que as empresas estão investindo para ampliar sua capacidade produtiva, percebendo que o cenário futuro é mais favorável", disse Sílvio Sales, coordenador de indústria do IBGE.
A produção de bens de capital usados tipicamente pela indústria -aqueles destinados à ampliação e à modernização dos parques fabris- subiu 4,7% em janeiro.
Também aumentou a fabricação de bens de capital usados por outros setores, como máquinas agrícolas (5,7%), equipamentos para energia elétrica (28%) e para a construção civil (1,7%).
Para Solange Sour, economista-chefe da Mellon Investment, "há confiança na retomada da indústria" que leva o empresário a investir.
Para a economista, a produção nacional cresce apesar da expansão das importações de bens de capital, estimuladas pelo dólar barato.
No PIB de 2006, os investimentos já haviam sido destaque. Cresceram 6,3%, mais do que o 1,6% de 2006 -dados consideram também a construção civil, além da produção de máquinas e equipamentos.
Newton de Mello, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), não está tão otimista. Diz que houve, de fato, recuperação em janeiro, mas impulsionada em boa parte pela fraca base de comparação.
Segundo Mello, o efeito negativo do câmbio sobre o desempenho de alguns setores, como calçados e vestuário, afeta indiretamente o ramo de máquinas e equipamentos, pois essas indústrias reduzem as encomendas.


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