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Petrobras não vê reajuste em 2008
Para Gabrielli, "provavelmente" não haverá aumento da gasolina neste ano, apesar de recordes do petróleo
Executivo argumenta que apreciação do real compensa a alta da cotação em dólar e que mercado nacional impõe concorrência com o álcool
PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, disse ontem em Londres que "provavelmente" não haverá aumentos
no preço da gasolina no Brasil
neste ano, apesar dos recordes
na cotação internacional do petróleo. O último reajuste nas
refinarias foi no final de 2005.
"O Brasil está protegido, porque não passamos todos os altos e baixos para os preços",
disse, na sede da empresa.
Os argumentos pela manutenção dos preços, mesmo neste momento de alta e de instabilidade das cotações, é a peculiaridade do mercado brasileiro
e a posição da Petrobras nesse
cenário, argumenta Gabrielli.
Segundo ele, a valorização do
real nos últimos tempos de certa forma compensa a alta do
preço em dólar, além da competição com o álcool e o gás natural num mercado em que a
maioria dos carros aceita vários
combustíveis. Uma alta na gasolina pode levar a uma perda
da fatia do mercado que não
compensa, disse ele. Além disso, um aumento também poderia elevar ainda mais a adulteração de combustíveis em alguns pontos, segundo ele.
Para especialistas, a política
de não-repasse dos reajustes
vem afetando os lucros da Petrobras. A estatal teve queda de
17% no lucro do ano passado
em relação a 2006, de R$ 25,919
bilhões para R$ 21,512 bilhões
-mesmo assim, continuou
sendo a que mais lucrou no ano
passado, entre todos os setores.
Gabrielli tem um encontro
com investidores e líderes empresariais hoje, na segunda etapa de uma viagem por três países. Antes do Reino Unido, esteve nos Estados Unidos e depois seguirá para a Líbia.
Nessas conversas, o brasileiro deve destacar a defesa dos
biocombustíveis. Ele minimizou as críticas sobre um possível impacto desse tipo de combustível no preço mundial dos
alimentos, mas afirmou que o
Brasil não planeja nenhuma
campanha mais forte para rebater essa imagem negativa.
Laptops
Gabrielli aproveitou para criticar a imprensa no episódio do
furto dos laptops com informações sigilosas da empresa. "Os
dados eram importantes, mas
não como a imprensa falou.
Eram dados crus, seria muito
difícil alguém ter extraído alguma informação dali. Não tinha
nada de segurança nacional."
No início do caso, o Planalto
chegou a classificar o caso de
"grave" porque poderia envolver espionagem industrial.
Após a confirmação de crime
comum, os ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Gabinete
de Segurança Institucional,
Jorge Felix, divulgaram nota
afirmando, mesmo assim, "que
o fato se reveste de gravidade" e
que o sistema de guarda e segurança revelou "fragilidade".
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