|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Unilever diz que se for necessário vai dar aumento "responsável"
DA REPORTAGEM LOCAL
Promover reajustes "abusivos"
num momento de retração econômica não beneficia a indústria.
Elevar a rentabilidade por meio
de ganhos de margem, e não pela
expansão na produção, pode ser
uma estratégia equivocada e a indústria não fará isso.
É dessa forma que as companhias se defendem da acusação de
reajustes elevados -que já estão
sendo negociados com as lojas.
Na última quinta-feira, no entanto, gerentes de compra da Unilever estiveram reunidos com alguns supermercados para falar da
questão dos reajustes, que variam
de 9,5% a 18%.
A companhia nega a informação. Diz que, se obrigada a fazer
reajustes, o fará de maneira "responsável, categoria a categoria,
em função do impacto real em
seus custos". Se o aumento ocorre, é porque não é possível mais
absorver as pressões nos custos. E
a empresa pretende garantir a sua
"saúde financeira".
Outra companhia, a Nestlé,
também foi procurada, durante
dois dias, para se posicionar sobre
o assunto. A assessoria de imprensa da companhia não se manifestou sobre a questão.
No final de 2002, o presidente da
empresa, Ivan Zurita, disse à Folha que a empresa promoveu reajustes por causa do forte aumento
do preço do cacau -cotado em
moeda estrangeira-, que em
poucos meses subiu de valor em
cerca de 200%. Na época, o executivo informou que os reajustes ficaram entre 6% e 7%.
O preço do cacau não cedeu.
Problemas políticos na Costa do
Marfim, principal produtor mundial, forçaram a alta nos últimos
meses. O escoamento é lento e a
demanda é maior do que a oferta.
Outra empresa citada na reportagem, a Diageo, também foi procurada pela Folha, mas não se
manifestou.
(AM)
Texto Anterior: Concentração amplia o poder de companhias Próximo Texto: Abusos devem ser combatidos, afirma Palocci Índice
|