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No BC, tudo permanece
igual, afirma Meirelles
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, afirmou ontem que a nova composição da diretoria do Banco Central não visa
tornar mudar o caráter da instituição. "O BC não é conservador
ou nenhum outro tipo de classificação. Simplesmente tem a missão de cumprir a meta de inflação", declarou no Fórum Econômico Mundial, em São Paulo.
Ele disse que os novos integrantes têm vasta experiência e renome no mercado internacional e
estão voltados para a continuidade das políticas em andamento.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) seguiu a
mesma toada. "Existe uma equipe, e essa equipe conduzida pelo
Meirelles continuará seu caminho." Ele reiterou que o país pode
registrar expansão do PIB de 5%
neste ano. "O comportamento do
comércio exterior vai bem, os números do mercado interno que
estão saindo são muito positivos."
A projeção do ministro não é endossada pelo BC nem encontra
eco nas estimativas do mercado.
Sobre o crescimento econômico, Meirelles disse que a maior
contribuição do BC é a estabilidade. "Nós queremos taxas de crescimento mais altas, e todos fazemos esforços nessa direção. Mas é
importante ter estabilidade. Não
há histórico de países que cresceram com volatilidade inflacionária e fiscal", declarou no fórum
que discutiu a competitividade da
América Latina. Após o discurso
na plenária, ele afirmou, em entrevista a jornalistas, que o Brasil
está em "condições de passar por
incertezas de qualquer ordem".
Quanto à taxa de juros, Meirelles avaliou que a tendência é de
queda. O mesmo prognóstico foi
feito por Furlan, que arriscou um
nível de taxa desejável para o final
deste ano: "Em termos reais, tem
que se manter em um dígito". Isso, disse, significaria uma taxa nominal da ordem de 14% ao ano.
Durante o painel do qual Meirelles e Furlan participaram, foi discutida a integração regional. Para
Furlan, um passo importante para o aumento das trocas comerciais entre os vizinhos seria a facilitação dos mecanismos cambiais.
"São dois passos. Um é desobrigar que uma venda para o país vizinho seja feita em dólar ou facilitar para que seja feita numa moeda local. O segundo é criar um
mecanismo que dê liquidez para
que essas compensações sejam
feitas em moeda local", avaliou.
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