São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2006

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No BC, tudo permanece igual, afirma Meirelles

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que a nova composição da diretoria do Banco Central não visa tornar mudar o caráter da instituição. "O BC não é conservador ou nenhum outro tipo de classificação. Simplesmente tem a missão de cumprir a meta de inflação", declarou no Fórum Econômico Mundial, em São Paulo.
Ele disse que os novos integrantes têm vasta experiência e renome no mercado internacional e estão voltados para a continuidade das políticas em andamento.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) seguiu a mesma toada. "Existe uma equipe, e essa equipe conduzida pelo Meirelles continuará seu caminho." Ele reiterou que o país pode registrar expansão do PIB de 5% neste ano. "O comportamento do comércio exterior vai bem, os números do mercado interno que estão saindo são muito positivos." A projeção do ministro não é endossada pelo BC nem encontra eco nas estimativas do mercado.
Sobre o crescimento econômico, Meirelles disse que a maior contribuição do BC é a estabilidade. "Nós queremos taxas de crescimento mais altas, e todos fazemos esforços nessa direção. Mas é importante ter estabilidade. Não há histórico de países que cresceram com volatilidade inflacionária e fiscal", declarou no fórum que discutiu a competitividade da América Latina. Após o discurso na plenária, ele afirmou, em entrevista a jornalistas, que o Brasil está em "condições de passar por incertezas de qualquer ordem".
Quanto à taxa de juros, Meirelles avaliou que a tendência é de queda. O mesmo prognóstico foi feito por Furlan, que arriscou um nível de taxa desejável para o final deste ano: "Em termos reais, tem que se manter em um dígito". Isso, disse, significaria uma taxa nominal da ordem de 14% ao ano.
Durante o painel do qual Meirelles e Furlan participaram, foi discutida a integração regional. Para Furlan, um passo importante para o aumento das trocas comerciais entre os vizinhos seria a facilitação dos mecanismos cambiais. "São dois passos. Um é desobrigar que uma venda para o país vizinho seja feita em dólar ou facilitar para que seja feita numa moeda local. O segundo é criar um mecanismo que dê liquidez para que essas compensações sejam feitas em moeda local", avaliou.


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