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São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

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PROGRAMA DE AJUDA

Ministro nega informação de que governo romperia com o Fundo e que atual missão seria a última

Palocci não descarta renovação de pacote com o FMI

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) não descartou a possibilidade de o governo renovar o programa de ajuda financeira que o país tem com o FMI.
Na parte da manhã, o ministro divulgou nota para contestar informação publicada pelo jornal "Gazeta Mercantil", segundo a qual Lula não iria renovar o acordo com o Fundo que vence no final deste ano.
Pela reportagem, Palocci diria ainda ontem aos representantes do FMI, que estão fazendo nova revisão do acordo fechado em 2002, que a atual missão da instituição ao país seria a última.
Na nota, Palocci, que em ocasiões anteriores já deixara em aberto a possibilidade de prorrogação do acordo, afirmou que a "Gazeta Mercantil" estava "mal informada" por três motivos: "esta não é a última revisão do acordo", "qualquer discussão no momento é inapropriada" e "a relação do atual governo com o FMI é bastante construtiva e pode ser qualificada como excelente".
À noite, após evento sobre o setor siderúrgico, Palocci negou qualquer rompimento com o FMI e disse que ninguém poderia "negar o fato de que o apoio financeiro que o Fundo deu ao Brasil no final do ano passado e está dando neste momento é significativo".
Mas ele ressaltou que a decisão de prorrogar ou não o acordo só será tomada no final do ano.
O ministro disse também que o governo ainda não decidiu se irá ou não pagar parcela de cerca de US$ 4 bilhões que o país deve ao Fundo e que vence no próximo mês. "Só decidiremos isso na data do vencimento", disse.
Está previsto no acordo com o Fundo que o país pode postergar automaticamente o pagamento das parcelas dos empréstimos por um ano, mas com alta de juros.
Palocci lembrou que ainda restam duas revisões do acordo. A próxima revisão está prevista para o começo de agosto, e a última, para o início de novembro. É nas revisões que a missão do FMI vem ao Brasil, para verificar se o país cumpriu as metas acertadas.
A principal meta é a de superávit primário -economia de receitas para o pagamento de juros-, fixada em 4,25% do PIB. Sem a aprovação das revisões, o FMI não libera as próximas parcelas do empréstimo de US$ 30 bilhões ao Brasil.
A missão do Fundo que chegou ao país na segunda-feira realiza a terceira revisão do acordo. Se for aprovada, o Fundo vai liberar no mês que vem a maior parcela (US$ 9,1 bilhões) do empréstimo.


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