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Banco já prevê que barril de petróleo chegará a US$ 200
Em 2005, Goldman Sachs havia afirmado que preço superaria marca de US$ 100
Petróleo voltou a bater recorde ontem e superou pela primeira vez a barreira dos US$ 120 no fechamento
em Londres e Nova York
JAVIER BLAS
CHRIS FLOOD
DO "FINANCIAL TIMES"
Os preços do petróleo podem
subir a US$ 200 por barril dentro de dois anos, de acordo com
o mesmo analista do Goldman
Sachs que, dois anos atrás, previu uma "superdisparada" do
preço para acima de US$ 100.
O alerta de Arjunta Murti
surgiu no dia em que os preços
do petróleo estabeleceram novo recorde e superaram os US$
122 em Nova York, antes de recuar para US$ 121,84 -alta de
1,56%. O aumento de ontem foi
relacionado a perturbações no
suprimento da Nigéria, queda
na produção da Rússia e pela
demanda forte que continua a
existir na China nos meses que
antecedem a Olimpíada. Em
Londres, o barril subiu 1,97% e
superou pela primeira vez a
marca de US$ 120, valendo US$
120,31 no fim do pregão.
Murti disse que a crise de
energia podia estar chegando a
um pico devido à falta de crescimento adequado na oferta que
está se tornando aparente. "A
possibilidade de preços de US$
150 a US$ 200 por barril parece
cada vez maior nos próximos 6
a 24 meses." Acrescentou que
era muito baixa a capacidade
excedente de produção da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) para
fornecer proteção contra choques inesperados de oferta.
No mês passado, Chakib
Khelil, presidente do cartel responsável por 40% da produção
mundial, também alertou de
que o petróleo poderia atingir
os US$ 200 por barril. O número de contratos de opções que
prevêem que o petróleo atingirá US$ 200 em dezembro triplicou desde o começo do ano.
A advertência de Murti tem
influência no mercado de petróleo porque, em março de
2005, quando o petróleo estava
sendo negociado a cerca de US$
55, ele previu que os preços poderiam sofrer uma "superdisparada", para US$ 105.
O alerta de 2005 foi criticado
porque o Goldman Sachs é um
dos grandes bancos de investimento de Wall Street que operam no mercado de petróleo e
poderia ser beneficiado por
uma alta nos preços.
Defesa
As críticas forçaram o então
presidente-executivo do banco,
Henry Paulson, a defender a
previsão de alta. Paulson é hoje
o secretário do Tesouro do governo George W. Bush.
Nauman Barakat, do Macquarie Bank, disse que "a previsão não deveria ser desconsiderada como absurda sem maior
análise, porque o Goldman estava completamente certo com
a projeção de superdisparada".
Kevin Norrish, da Barclays
Capital, afirmou que o mercado
estava "recalibrando para cima
as expectativas quanto ao equilíbrio de longo prazo dos preços
do petróleo".
O Goldman Sachs afirma que
a alta incansável nos preços do
petróleo em longo prazo confirma um cenário de restrições
na oferta que conduzem a um
racionamento na demanda.
Ontem, o Departamento de
Energia dos Estados Unidos
aumentou em US$ 9 a sua previsão para a cotação do barril
neste ano, para US$ 110.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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