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Sem BC, dólar cai para R$ 2,11; Bolsa sobe 1,6%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a presença do Banco
Central, o dólar não encontrou
empecilhos para recuar um
pouco mais. Após sofrer queda
de 1,72%, o dólar encerrou as
operações de ontem cotado a
R$ 2,111, o mais baixo valor desde outubro de 2008.
A Bovespa manteve ontem o
forte ritmo que tem marcado
seus últimos pregões, para terminar com valorização de
1,64%, aos 51.499 pontos. No
ano, a alta está em 37,15%.
A depreciação da moeda
americana no ano passou a ser
de 9,55%. Em 2008, o dólar saltou 31,34%, tendo atingido em
dezembro os R$ 2,536.
Na terça, o dólar chegou a
descer a R$ 2,10, quando o BC
decidiu intervir no mercado e
realizou leilão no qual vendeu
cerca de US$ 3,4 bilhões em títulos -chamados de "swap
cambial reverso"-, operação
que tem o efeito de compra de
dólares. Ao leiloar esses títulos,
o BC acaba por pressionar a cotação da moeda estrangeira.
"Se não fosse o leilão de "swap
cambial reverso" que o BC fez
ontem [anteontem], o dólar poderia já ter rompido os R$ 2,10
e caminhar velozmente em direção aos R$ 2", afirmou Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
Ontem, o BC divulgou que o
fluxo cambial do país encerrou
abril com saldo positivo de US$
1,43 bilhão, o melhor resultado
desde setembro passado. Se entram dólares em um momento
de baixa demanda, sobra moeda no mercado e a cotação cai.
Bolsa
Com o mercado internacional em terreno positivo, a Bolsa
brasileira não teve dificuldades
para operar em alta durante todo o dia, marcando ganhos de
2,81% na máxima, aos 52.095
pontos. Mesmo perdendo força
na última hora de pregão, o índice Ibovespa fechou em seu
mais elevado patamar desde 25
de setembro passado.
As altas registradas nas Bolsas de Nova York (1,21%) e de
Londres (1,37%) ajudaram a
manter o ânimo e o apetite dos
investidores no mercado local.
A informação de que o setor
privado dos EUA fechou 491
mil postos de trabalho no mês
passado acabou por ser bem recebida no mercado, que esperava um resultado pior.
Somente nesta semana, o
Ibovespa já subiu 8,9%. No ano,
a valorização alcança 37,15%, o
que coloca a Bolsa brasileira como destaque entre os maiores
mercados de ações do planeta.
Nos EUA, a Bolsa eletrônica
Nasdaq tem alta anual de
11,55%; já o índice Dow Jones
ainda está no vermelho
(-3,01%). Em Londres, a baixa
no período é de 0,85%. O índice
Nikkei, de Tóquio, tem ganhos
de 1,33% em 2009.
A entrada de capital externo
no pregão tem sido um dos
principais impulsionadores das
ações brasileiras. Em abril, vieram para a Bolsa R$ 3,78 bilhões em capital externo, sendo
o melhor mês em um ano.
O petróleo cotado acima de
US$ 56, após subir 4,6% ontem,
favoreceu também a continuidade da escalada da Bovespa,
devido a seu efeito positivo sobre as ações da Petrobras.
Responsáveis por cerca de
20% de toda a movimentação
de ontem, as ações da Petrobras tiveram apreciação de
1,46% (preferenciais) e de
1,35% (ordinárias).
No topo, mais uma vez apareceram as ações de Aracruz e
VCP, que subiram 13,52% e
10,86%, respectivamente.
Outro destaque foram as
ações do Banco do Brasil, que
apresenta seu resultado do primeiro trimestre do ano na próxima semana. Os papéis ON do
banco estatal subiram 7,47%.
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