São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Sem BC, dólar cai para R$ 2,11; Bolsa sobe 1,6%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem a presença do Banco Central, o dólar não encontrou empecilhos para recuar um pouco mais. Após sofrer queda de 1,72%, o dólar encerrou as operações de ontem cotado a R$ 2,111, o mais baixo valor desde outubro de 2008.
A Bovespa manteve ontem o forte ritmo que tem marcado seus últimos pregões, para terminar com valorização de 1,64%, aos 51.499 pontos. No ano, a alta está em 37,15%.
A depreciação da moeda americana no ano passou a ser de 9,55%. Em 2008, o dólar saltou 31,34%, tendo atingido em dezembro os R$ 2,536.
Na terça, o dólar chegou a descer a R$ 2,10, quando o BC decidiu intervir no mercado e realizou leilão no qual vendeu cerca de US$ 3,4 bilhões em títulos -chamados de "swap cambial reverso"-, operação que tem o efeito de compra de dólares. Ao leiloar esses títulos, o BC acaba por pressionar a cotação da moeda estrangeira.
"Se não fosse o leilão de "swap cambial reverso" que o BC fez ontem [anteontem], o dólar poderia já ter rompido os R$ 2,10 e caminhar velozmente em direção aos R$ 2", afirmou Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
Ontem, o BC divulgou que o fluxo cambial do país encerrou abril com saldo positivo de US$ 1,43 bilhão, o melhor resultado desde setembro passado. Se entram dólares em um momento de baixa demanda, sobra moeda no mercado e a cotação cai.

Bolsa
Com o mercado internacional em terreno positivo, a Bolsa brasileira não teve dificuldades para operar em alta durante todo o dia, marcando ganhos de 2,81% na máxima, aos 52.095 pontos. Mesmo perdendo força na última hora de pregão, o índice Ibovespa fechou em seu mais elevado patamar desde 25 de setembro passado.
As altas registradas nas Bolsas de Nova York (1,21%) e de Londres (1,37%) ajudaram a manter o ânimo e o apetite dos investidores no mercado local. A informação de que o setor privado dos EUA fechou 491 mil postos de trabalho no mês passado acabou por ser bem recebida no mercado, que esperava um resultado pior.
Somente nesta semana, o Ibovespa já subiu 8,9%. No ano, a valorização alcança 37,15%, o que coloca a Bolsa brasileira como destaque entre os maiores mercados de ações do planeta. Nos EUA, a Bolsa eletrônica Nasdaq tem alta anual de 11,55%; já o índice Dow Jones ainda está no vermelho (-3,01%). Em Londres, a baixa no período é de 0,85%. O índice Nikkei, de Tóquio, tem ganhos de 1,33% em 2009.
A entrada de capital externo no pregão tem sido um dos principais impulsionadores das ações brasileiras. Em abril, vieram para a Bolsa R$ 3,78 bilhões em capital externo, sendo o melhor mês em um ano.
O petróleo cotado acima de US$ 56, após subir 4,6% ontem, favoreceu também a continuidade da escalada da Bovespa, devido a seu efeito positivo sobre as ações da Petrobras.
Responsáveis por cerca de 20% de toda a movimentação de ontem, as ações da Petrobras tiveram apreciação de 1,46% (preferenciais) e de 1,35% (ordinárias).
No topo, mais uma vez apareceram as ações de Aracruz e VCP, que subiram 13,52% e 10,86%, respectivamente.
Outro destaque foram as ações do Banco do Brasil, que apresenta seu resultado do primeiro trimestre do ano na próxima semana. Os papéis ON do banco estatal subiram 7,47%.


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