São Paulo, quinta, 7 de maio de 1998

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El Niño quebra safra do produto

da Redação

Seca na Bahia e excesso de chuva nos Estados do Sudeste e Sul do país, provocados pelo fenômeno climático El Niño, são as causas da recente alta dos preços do feijão.
Manuel da Costa Pereira, presidente da Abrace (Associação Brasileira dos Cerealistas), explica que, além da quebra das safras internas, não há o que importar.
"Outros países produtores, como Argentina e Bolívia, também sofreram com o El Niño, e até antes do Brasil", diz ele.
A produção nacional de feijão, em torno de 3 milhões de toneladas por ano, não deve passar de 1,5 milhão, estima Pereira.
Se o tempo ajudar, segundo o presidente da Abrace, a situação começa a se normalizar daqui a uns 60 dias, com a entrada no mercado do feijão plantado há uns 15 ou 20 dias.
No Estado de São Paulo há feijão irrigado e o governo estadual tem ajudado o setor, segundo Pereira.
No momento estão entrando no mercado paulista cerca de 150 mil toneladas vindas da Bolívia e de Rondônia, mas esse volume está longe de atender ao consumo, diz.
Pereira nega que haja especulação. Feijão, na opinião dele, nunca teve o apoio merecido do governo federal. "Em 1972, com população de 94 milhões de habitantes, o Brasil produziu 2,677 milhões de toneladas. Em 1996, com 164 milhões de habitantes, a produção foi de 2,615 milhões", exemplifica.
Com a chuvarada no Sul, ele teme explosão de preços também do arroz, que já vem subindo. (GJC)



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