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El Niño quebra safra do produto
da Redação
Seca na Bahia e excesso de chuva
nos Estados do Sudeste e Sul do
país, provocados pelo fenômeno
climático El Niño, são as causas da
recente alta dos preços do feijão.
Manuel da Costa Pereira, presidente da Abrace (Associação Brasileira dos Cerealistas), explica
que, além da quebra das safras internas, não há o que importar.
"Outros países produtores, como Argentina e Bolívia, também
sofreram com o El Niño, e até antes do Brasil", diz ele.
A produção nacional de feijão,
em torno de 3 milhões de toneladas por ano, não deve passar de 1,5
milhão, estima Pereira.
Se o tempo ajudar, segundo o
presidente da Abrace, a situação
começa a se normalizar daqui a
uns 60 dias, com a entrada no
mercado do feijão plantado há uns
15 ou 20 dias.
No Estado de São Paulo há feijão
irrigado e o governo estadual tem
ajudado o setor, segundo Pereira.
No momento estão entrando no
mercado paulista cerca de 150 mil
toneladas vindas da Bolívia e de
Rondônia, mas esse volume está
longe de atender ao consumo, diz.
Pereira nega que haja especulação. Feijão, na opinião dele, nunca
teve o apoio merecido do governo
federal. "Em 1972, com população de 94 milhões de habitantes, o
Brasil produziu 2,677 milhões de
toneladas. Em 1996, com 164 milhões de habitantes, a produção foi
de 2,615 milhões", exemplifica.
Com a chuvarada no Sul, ele teme explosão de preços também do
arroz, que já vem subindo.
(GJC)
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