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TELECOMUNICAÇÕES
Barros afirma que "não será irresponsável" na venda da Telebrás "só para agradar à imprensa"
Governo busca melhor preço, diz ministro
CRISTIANA NEPOMUCENO
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
As datas já anunciadas para a
privatização do Sistema Telebrás
são apenas uma "referência" para o processo, pois são "flexíveis"
e podem ser alteradas "por motivo de força maior".
Essa análise foi feita ontem pelo
ministro das Comunicações, Luiz
Carlos Mendonça de Barros.
De acordo com o cronograma
em vigor, os "data rooms" (salas
de informação) da Telebrás serão
abertos no próximo dia 18, o edital
de desestatização será publicado
no próximo dia 29 e as propostas
serão entregues no dia 15 de julho.
"Essas datas são importantes
para colocar adrenalina no processo e servir de referência de cobrança para todo mundo. Mas, se
houver um atraso de uma semana
para melhorar o preço (de venda
da estatal), não vamos ser irresponsáveis apenas para agradar à
imprensa", disse o ministro.
Ele lembrou que existem "eventos" que fogem ao controle, como
eventuais ações judiciais que atrasem o cronograma.
Mendonça de Barros afirmou
que estão confirmados o modelo
de privatização da Telebrás (cisão
da estatal em 12 holdings regionais), a participação do BNDES
como "vendedor" da empresa e a
entrega das propostas financeiras
por meio de envelopes fechados.
Todos os demais pontos referentes à venda da Telebrás estão em
aberto. Entre eles, os critérios de
habilitação para a disputa, participação do capital estrangeiro, formato do leilão e venda da Embratel em separado das holdings.
"Tudo isso está dentro de uma
caixinha chamada "venda', e estamos sobre ela agora", disse.
Mendonça de Barros vai considerar a Telebrás vendida quando
as propostas financeiras forem entregues. Mas ele não estabeleceu
uma data nem uma sequência para a abertura dos envelopes.
"Queremos fazer isso no menor
tempo possível."
Papel do BNDES
O ministro, que voltou a defender o pagamento pela Telebrás em
parcelas, deixou claro que o
BNDES será o responsável pela
venda da estatal.
Nessa função, o banco vai conversar com potenciais compradores para saber "o que é preciso fazer para melhorar o preço".
"O BNDES é um bom vendedor,
mas ainda precisa conhecer o produto que está sendo vendido. É
preciso ter lábia", disse.
Barros disse também que o
BNDES está discutindo a criação
de uma linha de crédito destinada
ao financiamento dos futuros
controladores da Telebrás após a
privatização.
O ministro informou que, após a
cisão da Telebrás em 12 holdings,
será feito o registro das ações nas
Bolsas do Brasil e de Nova York.
Ao prever que a privatização da
Telebrás renderá cerca de R$ 21
bilhões, Mendonça de Barros se
considera mais realista que seu
antecessor, Sérgio Motta.
"Ele (Motta) tinha um otimismo que eu gostaria de ter. Eu sou
mais realista", disse. Motta previa
até R$ 30 bilhões.
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