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Montadora quer acesso a mercado europeu
das agências internacionais
A fusão entre a Chrysler e a
Daimler-Benz abrirá definitivamente o mercado da Europa para
o terceiro maior produtor de veículos dos EUA e dará o sinal de
largada para um amplo movimento de concentração da indústria
automobilística mundial.
A avaliação é de analistas norte-americanos ouvidos pela agência de notícias "France Presse".
John Caseca, especialista do setor automobilístico da Schroder,
de Nova York, diz que a fusão entre as duas empresas é "lógica",
porque os dois grupos "têm as
mesmas necessidades".
A Chrysler é famosa pelos seus
jipes e utilitários. É líder desse segmento nos EUA, com cerca de
50% das vendas. A Daimler-Benz
produz os carros de luxo da marca
Mercedes.
Segundo Caseca, a Chrysler tem
uma presença muita pequena na
Europa (1% das vendas). Uma
aliança com a Daimler-Benz abriria as portas desse mercado para a
montadora norte-americana.
A Chrysler quase foi à falência
no começo dos anos 80 e somente
se salvou com a ajuda do governo
dos EUA. Conseguiu se recuperar,
mas continua sendo um fabricante pequeno, se comparado com
GM, Ford e outros concorrentes
diretos. Precisa de alianças para
enfrentar com chances de sucesso
a globalização do mercado, dizem
os analistas.
No começo do mês passado, Robert Eaton, executivo da Chrysler,
havia afirmado em entrevista ao
jornal "Detroit News" que o grupo estava discutindo propostas de
fusão com várias empresas. "Estamos falando com pessoas de todo o mundo", disse.
Diferença de estilo
Uma aliança entre grupos que se
complementam permite ganhar
escala e mercados sem a necessidade de novos investimentos, afirma Caseca.
Para o analista da Schroder, o
maior obstáculo à fusão é a "diferença de culturas entre a Chrysler
e a Daimler-Benz".
A montadora norte-americana
tem um estilo de direção mais flexível, enquanto que a Daimler-Benz adota um modelo mais
rígido. "A prova final vai acontecer quando for necessário definir
quem vai pilotar o grupo, Detroit
ou Stuttgart", diz.
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