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MERCADO FINANCEIRO
Risco-país foi a 1.199 e dólar subiu para R$ 2,66; C-Bonds caem para menor valor desde novembro
Cresce mais a desconfiança sobre o Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia de forte tensão, a desconfiança do mercado em relação à capacidade de o Brasil0 honrar suas dívidas aumentou, o que fez o risco-país fechar em
1.199 pontos, o maior nível desde outubro do ano passado. Isso
equivale a 11,99 pontos percentuais de juros acima do que pagam os títulos do Tesouro dos EUA e significa que empresas e governo brasileiros terão maiores
dificuldades para conseguir crédito no mercado externo.
O dólar voltou a disparar e já
acumula alta de 5,7% na semana.
Ontem, a moeda dos EUA pulou
1,95% e fechou vendida a R$ 2,66,
maior valor desde novembro. A
Bovespa despencou 3,79%.
Com uma queda expressiva, de
2%, os C-Bonds -principais papéis da dívida do Brasil no exterior- recuaram para seu menor valor desde o início de novembro,
vendidos a US$ 0,6875. O que ajudou a derrubar a cotação dos C-Bonds foi o grande movimento de venda desses papéis por instituições brasileiras. Segundo analistas, bancos que tiveram perdas nas últimas semanas no mercado
futuro de cupom cambial e no ajuste do valor das LFTs (Letras
Financeiras do Tesouro) pelo seu valor de mercado venderam papéis da dívida lá fora para cobrir prejuízos locais. Ao perceberem o movimento de venda de C-Bonds
pelas instituições brasileiras, investidores estrangeiros temendo
que o papel caísse ainda mais também passaram a vender, pressionando mais a cotação.
Juros em alta
Mesmo com o BC dando sinais de que cortará os juros básicos da economia na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), as taxas subiram fortemente ontem na Bolsa de Mercadorias & Futuros. No contrato DI
(que considera os juros interbancários) mais negociado, com vencimento em janeiro de 2003, as taxas saltaram de 19,03% ao ano para 19,74% ao ano. No de prazo mais curto, a taxa pulou de 17,76% para 18% ao ano.
Para tentar melhorar o humor do mercado, o BC repetiu as atuações de terça e quarta e realizou uma troca de títulos públicos com vencimento entre 2004 e 2006 por outros com prazo no início de 2003. Os leilões de troca de
LFTs-títulos corrigidos pelos juros pós-fixados- de ontem movimentaram cerca de R$ 7,3 bilhões.(FABRICIO VIEIRA E SANDRA BALBI)
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