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Desemprego e petróleo derrubam Bolsa nos EUA
Índice de ocupação tem maior queda em 22 anos e barril atinge alta recorde
Dow Jones recua 3,13%, seu pior dia em mais de 15 meses, e analista diz que "bicho-papão saiu novamente do armário"
DA REDAÇÃO
A Bolsa de Nova York teve o
seu segundo pior dia desde
março de 2003, com os dados
de desemprego voltando a criar
temores sobre os rumos da economia americana e os investidores optando por commodities como o petróleo e o ouro,
que dispararam.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caiu
3,13%, superando o resultado
de 5 de fevereiro (desvalorização de 2,93%), que tinha sido o
pior do ano até então.
A maior queda nos últimos
cinco anos foi registrada em 27
de fevereiro do ano passado,
quando o índice Dow Jones
caiu 3,29%, após as perdas expressivas na Bolsa de Xangai
(China) gerarem uma onda de
temor pelos mercados financeiros mundiais.
O S&P 500, índice da Bolsa
de Nova York formado pelas
500 grandes empresas americanas, e Nasdaq, de companhias de alta tecnologia, caíram
3,09% e 2,96%, respectivamente, os piores resultados desde 5
de fevereiro. As Bolsas européias, que fecharam antes da
americana, também tiveram
um dia negativo: Paris caiu
2,28%, Frankfurt, 1,99%, e Londres, 1,48%. No Brasil, a Bovespa teve queda de 2% (leia texto
na pág. seguinte).
Com a taxa de desemprego
dos EUA tendo, em maio, o seu
maior avanço em 22 anos, investidores buscaram aplicações consideradas mais seguras, como o petróleo (que teve a
sua maior alta num dia). A conseqüência foi o temor de que os
preços de energia possam desacelerar ainda mais a principal
economia mundial.
"Se os preços do petróleo
continuarem altos assim, será
necessário reexaminar as estimativas do PIB, da inflação e da
capacidade de gastos dos consumidores", afirmou Quincy
Krosby, estrategista-chefe de
investimento da empresa de
serviços financeiros The Hartford. "Isso tem todos os elementos para o pior cenário possível para um investidor", disse.
A economia americana cresceu 0,9% no primeiro trimestre
do ano, superando a expectativa de analistas.
O mercado imobiliário, no
entanto, continua em crise, e o
preço dos combustíveis tornou-se uma das maiores preocupações do consumidor americano, o que, ao lado do desemprego, continua a despertar
preocupações de recessão nos
EUA.
Para Richard Sparks, analista
da Schaeffer Investment Research, os mercados também
estão sentindo os efeitos da redução da nota pela agência de
classificação de risco Standard
& Poor's de grandes bancos como Merrill Lynch e Morgan
Stanley, no início desta semana. "Tudo isso chegou ao ponto
máximo e está fazendo com
que o bicho-papão saía novamente do armário."
A taxa de desemprego nos
EUA chegou a 5,5% no mês passado, 0,5 ponto percentual a
mais que em abril, o maior aumento do índice em mais de
duas décadas -ela era de 4,5%
em maio do ano passado. A taxa
está agora no seu maior nível
desde junho de 2004.
No mês passado, o mercado
de trabalho dos Estados Unidos
eliminou 49 mil vagas e já acumula no ano uma redução de
324 mil postos -o pior início de
ano desde 2002, o que deve se
refletir nos gastos do consumidor, que representam cerca de
70% do PIB do país.
Apenas no setor de construção, epicentro da crise atual, o
corte atingiu 34 mil trabalhadores. A indústria cortou 26 mil
funcionários, e o varejo, 27,1
mil. A área de educação e serviços de saúde foi a que mais contratou em maio: 54 mil trabalhadores.
Com o "New York Times"
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