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Bovespa não escapa de turbulência e cai 2%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia foi especialmente ruim
para o mercado acionário. A
Bovespa registrou depreciação
de 2% -apesar de forte, a perda
não foi tão expressiva se comparada ao resultado das Bolsas
norte-americanas.
A informação de que houve
elevação no desemprego nos
EUA afetou o humor dos investidores no início das operações.
E a disparada no preço do petróleo durante o dia acabou por
agravar o resultado que já se
mostrava negativo.
Em Nova York, o índice Dow
Jones teve perdas de 3,13%
-seu segundo pior pregão desde 2002. A Bolsa eletrônica
Nasdaq, referência do setor de
tecnologia, recuou 2,96%.
Ao subir para novo patamar
recorde, o petróleo reforçou os
temores de pressão inflacionária nas grandes economias
mundiais.
As Bolsas européias não tiveram melhor sorte: em Londres,
foi registrada perda de 1,48%;
Frankfurt teve recuou de
1,99%; e Paris caiu 2,28%.
O barril de petróleo disparou
8,41% ontem, para terminar
negociado a US$ 138,54 em Nova York.
A Bolsa de Valores de São
Paulo só não teve um pregão
pior devido ao resultado obtido
pela Petrobras. As ações preferenciais da empresa, que são as
de maior peso no índice Ibovespa, fecharam com leve alta de
0,06%. Dessa forma, ajudaram
a segurar a Bolsa paulista. Os
papéis ordinários da empresa
subiram 0,01%. Já os papéis da
Vale, também de grande peso
na composição do Ibovespa, tiveram queda de 2,56% (PNA) e
de 1,68% (ON).
"A alta do petróleo costuma
ajudar as ações da Petrobras.
Mas, para a economia mundial,
é uma péssima notícia", afirma
Álvaro Bandeira, diretor da
corretora Ágora. "O dia já começou ruim com os dados sobre a economia americana."
O Departamento do Trabalho americano divulgou que
houve perda de 49 mil postos
de trabalho no país em maio. A
taxa de desemprego nos EUA
subiu de 5% em abril para 5,5%
no mês passado.
Em um momento em que
analistas começavam a apostar
na recuperação da maior economia do mundo, a notícia
trouxe novo desânimo.
Semana fraca
O resultado de ontem levou a
Bovespa a sofrer depreciação
de 3,87% na semana. O índice
Ibovespa, que agrupa as 66
ações brasileiras de maior negociação, encerrou ontem aos
69.785 pontos.
Para a Bovespa, a semana foi
bem instável. A revitalização
das preocupações em relação à
economia norte-americana
prejudicou o mercado acionário e fez com que apenas 13 das
66 ações do Ibovespa tivessem
alta na semana passada.
Apesar da piora nas Bolsas,
os analistas não dizem que o
mercado entrou em um período de perdas.
A maior alta na semana ficou
em 3,76%, registrada pela ação
preferencial "B" da Copel. Outros papéis que subiram bem
na semana foram o preferencial da VCP (3,5%) e o ordinário
da Eletrobrás (2,57%).
Já a ação ordinária do JBS teve perdas de 15,15% na semana,
seguida por Vivo PN (-13,14%),
Embraer ON (-11,05%) e Cyrela
Realt ON (-10,19%).
A decisão do Copom (Comitê
de Política Monetária do Banco
Central), anunciada na quarta-feira, acabou por não influenciar a Bovespa. O Copom elevou a taxa básica Selic de
11,75% para 12,25% anuais.
Porém, mesmo com a decisão do Copom ficando dentro
do esperado pela maioria do
mercado, as projeções futuras
para os juros, especialmente
nos contratos com vencimentos mais longos, tiveram altas
significativas na semana.
O contrato DI -que mostra
as projeções para os juros- que
costuma ser o mais negociado,
com resgate programado para
janeiro de 2010, fechou ontem
com taxa de 14,58%, contra
14,18% uma semana antes.
O mercado de câmbio não se
isolou do dia negativo. O dólar
teve alta de 0,43% ontem, para
terminar negociado a R$ 1,634.
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