São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008

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Bovespa não escapa de turbulência e cai 2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia foi especialmente ruim para o mercado acionário. A Bovespa registrou depreciação de 2% -apesar de forte, a perda não foi tão expressiva se comparada ao resultado das Bolsas norte-americanas.
A informação de que houve elevação no desemprego nos EUA afetou o humor dos investidores no início das operações. E a disparada no preço do petróleo durante o dia acabou por agravar o resultado que já se mostrava negativo.
Em Nova York, o índice Dow Jones teve perdas de 3,13% -seu segundo pior pregão desde 2002. A Bolsa eletrônica Nasdaq, referência do setor de tecnologia, recuou 2,96%.
Ao subir para novo patamar recorde, o petróleo reforçou os temores de pressão inflacionária nas grandes economias mundiais.
As Bolsas européias não tiveram melhor sorte: em Londres, foi registrada perda de 1,48%; Frankfurt teve recuou de 1,99%; e Paris caiu 2,28%.
O barril de petróleo disparou 8,41% ontem, para terminar negociado a US$ 138,54 em Nova York.
A Bolsa de Valores de São Paulo só não teve um pregão pior devido ao resultado obtido pela Petrobras. As ações preferenciais da empresa, que são as de maior peso no índice Ibovespa, fecharam com leve alta de 0,06%. Dessa forma, ajudaram a segurar a Bolsa paulista. Os papéis ordinários da empresa subiram 0,01%. Já os papéis da Vale, também de grande peso na composição do Ibovespa, tiveram queda de 2,56% (PNA) e de 1,68% (ON).
"A alta do petróleo costuma ajudar as ações da Petrobras. Mas, para a economia mundial, é uma péssima notícia", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora. "O dia já começou ruim com os dados sobre a economia americana."
O Departamento do Trabalho americano divulgou que houve perda de 49 mil postos de trabalho no país em maio. A taxa de desemprego nos EUA subiu de 5% em abril para 5,5% no mês passado.
Em um momento em que analistas começavam a apostar na recuperação da maior economia do mundo, a notícia trouxe novo desânimo.

Semana fraca
O resultado de ontem levou a Bovespa a sofrer depreciação de 3,87% na semana. O índice Ibovespa, que agrupa as 66 ações brasileiras de maior negociação, encerrou ontem aos 69.785 pontos.
Para a Bovespa, a semana foi bem instável. A revitalização das preocupações em relação à economia norte-americana prejudicou o mercado acionário e fez com que apenas 13 das 66 ações do Ibovespa tivessem alta na semana passada.
Apesar da piora nas Bolsas, os analistas não dizem que o mercado entrou em um período de perdas.
A maior alta na semana ficou em 3,76%, registrada pela ação preferencial "B" da Copel. Outros papéis que subiram bem na semana foram o preferencial da VCP (3,5%) e o ordinário da Eletrobrás (2,57%).
Já a ação ordinária do JBS teve perdas de 15,15% na semana, seguida por Vivo PN (-13,14%), Embraer ON (-11,05%) e Cyrela Realt ON (-10,19%).
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), anunciada na quarta-feira, acabou por não influenciar a Bovespa. O Copom elevou a taxa básica Selic de 11,75% para 12,25% anuais.
Porém, mesmo com a decisão do Copom ficando dentro do esperado pela maioria do mercado, as projeções futuras para os juros, especialmente nos contratos com vencimentos mais longos, tiveram altas significativas na semana.
O contrato DI -que mostra as projeções para os juros- que costuma ser o mais negociado, com resgate programado para janeiro de 2010, fechou ontem com taxa de 14,58%, contra 14,18% uma semana antes.
O mercado de câmbio não se isolou do dia negativo. O dólar teve alta de 0,43% ontem, para terminar negociado a R$ 1,634.


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