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BB contrata consultoria para avaliar Nossa Caixa
Banco de SP também deve ter consultor independente
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil espera
concluir em seis meses a compra da Nossa Caixa. Ontem, o
BB anunciou a contratação da
consultoria Accenture e do
banco UBS Pactual para fazer
uma avaliação do preço justo a
ser pago pelo banco paulista.
A Accenture, que sucedeu a
antiga Andersen Consulting,
fará o trabalho de "due diligence" (auditoria nas contas) da
Nossa Caixa, que deve ser concluída em 90 dias. Já o UBS
Pactual deverá se centrar mais
na proposta de incorporação do
banco paulista. O trabalho será
feito em conjunto com o BB
Banco de Investimentos.
Além de chegar ao preço justo da Nossa Caixa, um dos trabalhos da Accenture e do UBS
Pactual será o de levantar a
possibilidade de convergência
dos serviços e de clientes entre
o BB e o banco paulista. Terão
ainda de avaliar o balanço da
Nossa Caixa, analisar fatores
societários e potenciais problemas regulatórios e legais envolvidos no processo.
A Nossa Caixa também deve
contratar uma consultoria para
fazer o mesmo trabalho no processo de avaliação de seu valor.
No ano passado, o governo do
Estado de São Paulo contratou
os bancos Fator e Citibank para
fazer uma avaliação de 18 estatais paulistas e propor uma modelagem de negócio -que incluía privatização, fusão e cisões- para levar o Estado a tirar o melhor proveito possível
de seus ativos.
Segundo o diretor de estratégia e organização do BB, Glauco
Lima, a Accenture foi a mesma
consultoria contratada pelo
banco espanhol Santander no
processo de compra do Banespa, em 2000. No leilão, o Santander ofereceu mais do que o
triplo dos demais concorrentes, lance que foi considerado
exagerado pelos analistas de
mercado na época. Procurada,
a Accenture disse que não comenta sua relação com clientes
novos ou antigos.
Ao final de 90 dias, com os relatórios de todos os avaliadores, o BB e o governo do Estado
de São Paulo vão negociar o valor de venda da Nossa Caixa. Lima não quis informar o quanto
o BB está disposto a pagar.
O negócio ainda terá que ser
submetido às assembléias de
acionistas dos dois bancos e à
Assembléia Legislativa paulista. Os acionistas minoritários
da Nossa Caixa, que detêm 27%
do banco, terão direito de vender sua participação pelo mesmo valor da ação unitária paga
ao Estado de São Paulo, o chamado "tag along".
O anúncio de venda da Nossa
Caixa provocou reclamações de
bancos privados. Eles queriam
que o banco de São Paulo fosse
a leilão. O fato relevante foi divulgado ao mercado financeiro
em 21 de maio.
"A decisão [de leiloar ou não]
é do governo de São Paulo. Mas
já assinamos juntos o fato relevante ao mercado e um termo
de confidencialidade. Existe
um acordo assinado com o
Banco do Brasil", disse Lima.
A incorporação da Nossa Caixa ao banco federal vai deixar o
BB com 1.317 agências em São
Paulo, em primeiro lugar no
ranking de instituição financeira com o maior número de
agências no Estado. Hoje, o BB
ocupa a quarta colocação nesse
ranking, com 770 agências. O líder do setor em São Paulo
atualmente é o Bradesco, com
1.106 agências. Mas o Santander Banespa assume a primeira
colocação hoje se somadas as
agências do banco Real, no total
de 1.189 unidades.
Lima lembrou que o banco de
São Paulo atua em cidades que
o BB ainda não chegou.
"Eles têm também experiência no financiamento imobiliário, em que estamos apenas começando", afirmou.
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