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FHC descarta venda de banco federal até 2002
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a
privatização dos bancos federais
não acontecerá no seu mandato,
que termina em 2002.
Segundo ele, esse assunto terá
de ser debatido pelo próximo governo.
A declaração de FHC foi feita
mais uma vez para comentar o estudo encomendado pela equipe
econômica para apresentar sugestões sobre o que deve ser feito
com os cinco bancos federais:
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia,
Banco do Nordeste do Brasil e
BNDES.
Após a divulgação do documento, políticos do PSDB entenderam que ele defendia a privatização dessas instituições e criticaram a equipe econômica.
"Houve uma reação sem ter conhecimento do texto. Mas já houve uma revisão (das críticas)", disse Fernando Henrique.
Ele afirmou que, independentemente do que for decidido no futuro sobre esses bancos, um país
como o Brasil não pode ficar sem
um agente financeiro federal.
Custos
FHC lembrou que o governo federal não pode deixar de ter um
financiamento agrícola e habitacional, destacando ainda o papel
do BNDES no financiamento de
empresas.
O comentário de FHC foi feito
durante café da manhã no Palácio
da Alvorada.
Presente ao encontro, o presidente do Banco Central, Armínio
Fraga, disse que o objetivo do estudo é explicitar claramente os
custos que esses bancos representam para o Tesouro Nacional para
que a sociedade possa tomar uma
decisão sobre o seu futuro.
Fernando Henrique aproveitou
para afirmar que considera inaceitável que a "sociedade acabe
pagando por dívidas de empresários desafortunados ou incompetentes", lembrando que o estudo
vai mostrar claramente quais são
os problemas que as instituições
financeiras têm.
Também presente ao café da
manhã, o ministro interino da Fazenda, Amaury Bier, disse que é
um exercício de futurologia ficar
especulando sobre o que será feito
com os bancos.
Segundo ele, tudo dependerá
das discussões que estão apenas
começando.
Solução para CEF
A tendência da área econômica
é propor a privatização dos bancos federais, exceto do BNDES,
criando um sistema de financiamentos federais nos setores agrícola, habitacional e de saneamento, por exemplo.
Mesmo que essa seja a conclusão final dos estudos do Ministério da Fazenda, FHC já definiu
politicamente que essa medida
não será implementada com ele
na Presidência.
No curto prazo, o governo federal terá de discutir uma solução
para a Caixa Econômica Federal.
Se fosse seguir as normas fixadas pelo Banco Central, a instituição teria de provisionar créditos
de R$ 10,6 bilhões, conforme o balanço de janeiro a maio deste ano.
Armínio Fraga afirmou que, "se
for necessário algum aporte de capital, o governo tomará a decisão
no momento adequado". Mas o
presidente do BC não quis estabelecer prazos para solucionar o
problema da CEF.
(VC)
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