São Paulo, sábado, 07 de julho de 2001

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Negociação suspensa é alerta, diz FHC

DO ENVIADO ESPECIAL A LAJEADO (TO)

A decisão do Brasil de suspender negociações econômicas com a Argentina foi um "alerta", segundo afirmou ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso em Lajeado (TO).
"A posição do Brasil de ontem [anteontem" foi simplesmente de alerta: "Olha, assim não dá, não se resolvem problemas próprios criando problemas para terceiros". Nós temos de resolver juntos, vamos ajudar a Argentina", disse ele.
Fernando Henrique visitava, em Lajeado, as obras da usina Luís Eduardo Magalhães.
Devido a uma decisão argentina, que reduz a competitividade de produtos brasileiros, o Ministério da Relações Exteriores suspendeu as negociações comerciais -que já estavam em andamento- sobre mudanças no acordo automotivo entre os dois países e sobre alterações na TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul.
No primeiro caso, o objetivo era chegar ao livre comércio de carros no Mercosul. As negociações da TEC tinham como objetivo reduzir as alíquotas de importação de alguns setores.
Na prática, a decisão, adotada por meio da resolução 258/01, permitiu às empresas de fora do Mercosul descontar do Imposto de Importação cerca de oito pontos percentuais na exportação para a Argentina.
A medida vale somente para alguns bens de capital, de informática e de telecomunicações.
Entre os países do Mercosul, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a alíquota é zero, o que beneficia os produtos brasileiros.

Conversações
Segundo Fernando Henrique Cardoso, "é claro" que os problemas econômicos enfrentados atualmente pela Argentina afetam o desempenho da economia brasileira.
"Se não afetasse, não existia esse problema", disse, referindo-se ao aumento da cotação da moeda norte-americana em relação ao real brasileiro.
FHC disse que conversa sempre com o presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, e que pretende continuar mantendo diálogos com seu colega.
"De ontem [anteontem] para hoje [ontem] não conversei [com De la Rúa], mas, se eu tiver tempo no fim de semana...", afirmou.


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