São Paulo, sábado, 07 de julho de 2001

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PAPEL

Empresa nacional perde negócio

Japoneses ficam com 100% da Cenibra

DA SUCURSAL DO RIO

Os japoneses do consórcio JBP decidiram ontem exercer o direito de preferência na compra da participação da Companhia Vale do Rio Doce na empresa de celulose Cenibra. A Vale tinha 51,48% das ações da empresa.
O JBP (Japan Brazil Paper and Pulp Resources) já detinha 48,52% das ações da Cenibra.
Com isso, os sócios japoneses da Vale deixaram para trás duas empresas nacionais que haviam formado um consórcio para comprar a parte da mineradora -as gigantes do setor Aracruz e VCP (Votorantim Celulose e Papel).
Para vender sua participação, a Vale realizou um leilão no dia 5 de junho, no qual o consórcio Aracruz/VCP venceu, com uma proposta de US$ 670,5 milhões.
Exercido o direito de preferência, o JBP passa a deter 100% do capital da Cenibra.
O JBP aceitou pagar à Vale o mesmo valor ofertado pelo consórcio Aracruz/VCP, mas ainda faltam alguns detalhes para que a transação seja concluída, o que deve acontecer no próximo dia 27. O pagamento será em dinheiro, informaram as empresas.
Dos US$ 670,5 milhões, ou 81 bilhões de ienes, o JBP captará 3,18 bilhões de ienes (US$ 25,31 milhões) emitindo novas ações e as repartindo entre os oito acionistas do consórcio. O restante do dinheiro virá de empréstimos.

Impacto no balanço
A Vale informou que a venda das ações da Cenibra terá impacto nos seus resultados do terceiro trimestre deste ano.
Segundo a Vale, vender a Cenibra reforça a estratégia da empresa de concentrar sua atuação em mineração e logística.
Por isso, a companhia mantém seus estudos para se desfazer das florestas Rio Doce e Celmar, ambas áreas de reservas de extração de madeira para fabricação de papel e celulose.
"A Vale do Rio do Doce está de alto astral, capitalizada e com musculatura para empreender todos os investimentos que se relacionam com o seu "core business" (negócio principal)", disse o presidente do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli.

Retorno
Os japoneses vêem na empresa brasileira uma importante fonte de matérias-primas para sua própria indústria.
"A Cenibra é uma importante companhia para a indústria japonesa de papel e celulose manter suas matérias-primas. Ela é lucrativa e bastante competitiva", afirmou ontem o consórcio japonês, em um comunicado oficial.
O consórcio japonês é liderado pela Oji Paper, a maior empresa japonesa no setor.
"Nós podemos esperar suficiente retorno do nosso investimento na Cenibra", disse o grupo, que compreende 14 empresas do setor de papel e celulose.


Com agência internacionais


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