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PAPEL
Empresa nacional perde negócio
Japoneses ficam com 100% da Cenibra
DA SUCURSAL DO RIO
Os japoneses do consórcio JBP
decidiram ontem exercer o direito de preferência na compra da
participação da Companhia Vale
do Rio Doce na empresa de celulose Cenibra. A Vale tinha 51,48%
das ações da empresa.
O JBP (Japan Brazil Paper and
Pulp Resources) já detinha
48,52% das ações da Cenibra.
Com isso, os sócios japoneses
da Vale deixaram para trás duas
empresas nacionais que haviam
formado um consórcio para comprar a parte da mineradora -as
gigantes do setor Aracruz e VCP
(Votorantim Celulose e Papel).
Para vender sua participação, a
Vale realizou um leilão no dia 5 de
junho, no qual o consórcio Aracruz/VCP venceu, com uma proposta de US$ 670,5 milhões.
Exercido o direito de preferência, o JBP passa a deter 100% do
capital da Cenibra.
O JBP aceitou pagar à Vale o
mesmo valor ofertado pelo consórcio Aracruz/VCP, mas ainda
faltam alguns detalhes para que a
transação seja concluída, o que
deve acontecer no próximo dia
27. O pagamento será em dinheiro, informaram as empresas.
Dos US$ 670,5 milhões, ou 81
bilhões de ienes, o JBP captará
3,18 bilhões de ienes (US$ 25,31
milhões) emitindo novas ações e
as repartindo entre os oito acionistas do consórcio. O restante do
dinheiro virá de empréstimos.
Impacto no balanço
A Vale informou que a venda
das ações da Cenibra terá impacto
nos seus resultados do terceiro
trimestre deste ano.
Segundo a Vale, vender a Cenibra reforça a estratégia da empresa de concentrar sua atuação em
mineração e logística.
Por isso, a companhia mantém
seus estudos para se desfazer das
florestas Rio Doce e Celmar, ambas áreas de reservas de extração
de madeira para fabricação de papel e celulose.
"A Vale do Rio do Doce está de
alto astral, capitalizada e com
musculatura para empreender todos os investimentos que se relacionam com o seu "core business"
(negócio principal)", disse o presidente do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce, Roger
Agnelli.
Retorno
Os japoneses vêem na empresa
brasileira uma importante fonte
de matérias-primas para sua própria indústria.
"A Cenibra é uma importante
companhia para a indústria japonesa de papel e celulose manter
suas matérias-primas. Ela é lucrativa e bastante competitiva", afirmou ontem o consórcio japonês,
em um comunicado oficial.
O consórcio japonês é liderado
pela Oji Paper, a maior empresa
japonesa no setor.
"Nós podemos esperar suficiente retorno do nosso investimento
na Cenibra", disse o grupo, que
compreende 14 empresas do setor
de papel e celulose.
Com agência internacionais
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