São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

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TELECOMUNICAÇÕES

Proposta apresentada às empresas do setor prevê aumento extra nos meses de setembro e novembro

Governo defende reajuste de telefone em duas parcelas

PATRICIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O governo quer parcelar o reajuste extra do telefone, relativo ao ano passado, em duas vezes, um em setembro e outro em novembro. Segundo o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, foi essa a proposta apresentada na segunda aos principais executivos das teles fixas -Telefônica, Telemar, Brasil Telecom, Embratel, Sercomtel e CTBC Telecom.
O ministro chegou a propor às operadoras a redução do índice de reajuste, que deverá ter um impacto próximo de dez pontos percentuais acima do aumento médio de 6,89% autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para este ano.
Ele admitiu que o governo não vai contestar a decisão da Justiça sobre o reajuste das tarifas do ano passado. "A recomendação do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] é a de que a negociação seja feita dentro dos limites do contrato e na defesa do consumidor", disse o ministro.
Oliveira não recebeu ainda uma sinalização das empresas sobre a aceitação ou não da proposta, mas confirmou para a tarde da próxima segunda-feira uma nova reunião com os executivos das teles para definir a questão.
Aos executivos, que resistiram inicialmente à proposta do governo de parcelar o reajuste, o ministro argumentou que tem "25 anos de praça negociando", numa referência ao período em que atuou como empresário.
Na avaliação do ministro, a aplicação do reajuste em duas parcelas bimestrais é melhor para o consumidor do que, por exemplo, uma aumento em quatro vezes mensais.
As empresas argumentaram que já perderam cerca de R$ 960 milhões cada uma no último ano.

Eleições
Questionado se o parcelamento proposto estaria relacionado às eleições municipais -o impacto integral das tarifas no bolso do consumidor só será percebido em novembro-, o ministro afirmou que não está discutindo o momento político das eleições. "Não estamos preocupados com esse aspecto", afirmou.
Segundo Oliveira, a intenção do governo ao tentar parcelar o reajuste das tarifas é amenizar o impacto para o consumidor, mas ele disse que a medida também beneficiará as contas públicas, uma vez que reduzirá o impacto sobre a inflação.


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