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TELECOMUNICAÇÕES
Proposta apresentada às empresas do setor prevê aumento extra nos meses de setembro e novembro
Governo defende reajuste de telefone em duas parcelas
PATRICIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O governo quer parcelar o reajuste extra do telefone, relativo ao
ano passado, em duas vezes, um
em setembro e outro em novembro. Segundo o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, foi
essa a proposta apresentada na
segunda aos principais executivos
das teles fixas -Telefônica, Telemar, Brasil Telecom, Embratel,
Sercomtel e CTBC Telecom.
O ministro chegou a propor às
operadoras a redução do índice
de reajuste, que deverá ter um impacto próximo de dez pontos percentuais acima do aumento médio de 6,89% autorizado pela
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para este ano.
Ele admitiu que o governo não
vai contestar a decisão da Justiça
sobre o reajuste das tarifas do ano
passado. "A recomendação do
presidente [Luiz Inácio Lula da
Silva] é a de que a negociação seja
feita dentro dos limites do contrato e na defesa do consumidor",
disse o ministro.
Oliveira não recebeu ainda uma
sinalização das empresas sobre a
aceitação ou não da proposta,
mas confirmou para a tarde da
próxima segunda-feira uma nova
reunião com os executivos das teles para definir a questão.
Aos executivos, que resistiram
inicialmente à proposta do governo de parcelar o reajuste, o ministro argumentou que tem "25 anos
de praça negociando", numa referência ao período em que atuou
como empresário.
Na avaliação do ministro, a aplicação do reajuste em duas parcelas bimestrais é melhor para o
consumidor do que, por exemplo,
uma aumento em quatro vezes
mensais.
As empresas argumentaram
que já perderam cerca de R$ 960
milhões cada uma no último ano.
Eleições
Questionado se o parcelamento
proposto estaria relacionado às
eleições municipais -o impacto
integral das tarifas no bolso do
consumidor só será percebido em
novembro-, o ministro afirmou
que não está discutindo o momento político das eleições. "Não
estamos preocupados com esse
aspecto", afirmou.
Segundo Oliveira, a intenção do
governo ao tentar parcelar o reajuste das tarifas é amenizar o impacto para o consumidor, mas ele
disse que a medida também beneficiará as contas públicas, uma vez
que reduzirá o impacto sobre a inflação.
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