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Venda de veículos ao exterior tem queda em unidades, mas a receita aumenta
DA REPORTAGEM LOCAL
As exportações de veículos
totalizaram US$ 5,574 bilhões
nos últimos seis meses, alta de
5,6% ante mesmo período de
2005 e recorde para um primeiro semestre. Em unidades
exportadas, porém, houve queda de 3,7% na mesma comparação, o que indica que a indústria
está reajustando preços nas
vendas externas para compensar o efeito do câmbio.
Os dados foram divulgados
ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores), que
informou também que a produção no primeiro semestre do
ano foi recorde, a despeito das
reclamações das montadoras
em relação ao patamar do dólar. A indústria produziu no período 1,302 milhão de veículos,
alta de 4,4% na comparação
com o mesmo período de 2005.
Nos últimos meses, as vendas
externas e a produção já começaram a recuar. Em junho as
montadoras brasileiras venderam para outros países 10,3% a
menos do que em maio.
"É natural que o câmbio seja
uma questão de mercado, mas
o fato de ele estar desfavorável
fez com que uma série de ineficiências aparecessem na balança competitiva", afirmou Rogelio Golfarb, presidente da entidade, ao ser questionado sobre
afirmações recentes do presidente Lula de que o câmbio deve ser regulado pelo mercado.
"As exportações ainda não
estão mostrando uma queda
substancial. Eu pessoalmente
estava esperando uma redução
maior", diz o consultor especializado André Beer. "Mas a queda em decorrência do câmbio já
começa a aparecer. Tínhamos
alertado que a partir de junho
reduções mais expressivas
aconteceriam", completa.
No mercado interno, os licenciamentos de veículos tiveram queda de 9,6% na comparação com maio. A redução, entretanto, foi atribuída ao chamado "efeito Copa": foram
poucas as vendas das concessionárias em dias de jogo do
Brasil. Ante junho do ano passado, a queda foi de 0,1%. Nessa
comparação, as vendas diárias
tiveram uma alta de 4,7%.
"As vendas internas foram
prejudicadas pela Copa, mas a
avaliação é que estão mantendo
o ritmo", afirmou Golfarb.
Segundo a Anfavea, houve redução de 309 postos de trabalho na indústria automobilística em junho em relação a maio,
por causa da instituição de
PDVs (Programas de Demissão
Voluntária).
Apresentando como justificativa o câmbio desfavorável a
exportações, montadoras como
Volkswagen e General Motors
já anunciaram planos de demissões.
(MP)
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