Moeda americana termina operações vendida a R$ 1,903, após queda de 0,63%; Bolsa tem valorização de 3,7% na semana

Pela primeira vez, Bovespa rompe barreira dos 56 mil pontos; dado do mercado de trabalho dos EUA foi bem recebido por investidores

Caio Guatelli - 17.mai.07/Folha Imagem

Operadores em meio ao pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), em São Paulo

O dólar ameaçou ontem romper a barreira dos R$ 1,90. A moeda americana encerrou as operações vendida a R$ 1,903, em seu mais baixo valor desde outubro de 2000.
O Banco Central não se ausentou, realizando seu tradicional leilão para comprar dólares das instituições financeiras. Ao menos US$ 200 milhões foram retirados do mercado, com oito bancos vendendo moeda à autoridade monetária. Mas a operação não impediu que a moeda norte-americana tivesse queda de 0,63% no último dia de negócios da semana.
Durante as operações, o dólar chegou a ser negociado entre os bancos por R$ 1,900.
Para o mercado financeiro, o dólar tem sido vendido próximo de seu piso.
A última pesquisa apresentada pelo BC, feita junto a cem instituições financeiras, mostrou que espera-se que o dólar esteja em torno de R$ 1,90 no fim de 2007. Há um mês, falava-se em dólar a R$ 1,95.
Com o acelerado fluxo de dólares para o país neste ano, conter a apreciação da moeda nacional tem sido uma tarefa difícil. Até meados de junho, a entrada líquida de capital externo no país alcançava US$ 42,88 bilhões -em 2006, essa entrada totalizou US$ 37,27 bilhões.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo, que subiu 0,91% ontem, o dia foi de mais uma quebra de recorde. Pela primeira vez, a Bovespa encerrou seu pregão acima de 56 mil pontos.
Os sinais que permitiram que os mercados tivessem um dia positivo vieram principalmente dos Estados Unidos. Por lá, foram conhecidos números do mercado de trabalho, que mostraram que a economia permanece aquecida e a taxa de desemprego estável (em 4,5%).
A criação de emprego nos Estados Unidos atingiu 132 mil novos postos no mês passado, um pouco acima do esperado pelos analistas.
Em Wall Street, o dia também foi de ganhos. Na Bolsa de Nova de York, a alta foi de 0,34%; a Nasdaq registrou elevação de 0,37%.
Após acumular alta de 3,77% na semana, o índice Ibovespa alcançou a marca inédita de 56.443 pontos.
A pontuação oscila de acordo com a variação de preço das ações. Assim, quando a Bolsa atinge um número recorde de pontos mostra que nunca a soma do valor dos papéis listados em seu pregão foi tão elevado.
Na quinta-feira, último dado disponibilizado, as ações listadas na Bovespa valiam um total de R$ 2,03 trilhões.

Ações em alta
Na semana, as valorizações deram o tom dentre os papéis mais negociados no mercado acionário doméstico. Dentre as 59 ações que compõem o Ibovespa, 43 encerraram o período computando ganho.
Papéis de telecomunicações tiveram os melhores resultados da semana, movidos por especulações sobre consolidação do setor. No topo dos ganhos da semana apareceram Brasil Telecom Participações PN (alta de 15,53% no período), Brasil Telecom PN (14,62%) e Telemar PN (10,41%).
Mas houve ações que decepcionaram no período, como o papel preferencial da Gol, que caiu 6,12%, e o ordinário da Natura, que perdeu 4,57%.


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