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EUA investem em infra-estrutura na AL
Parceria com Banco Mundial e governo brasileiro é de US$ 17,5 milhões para aplicação em obras e envolve recurso privado
Henry Paulson, secretário do Tesouro, encontra-se com Lula na quarta-feira em Brasília
e depois segue em visitas
ao Uruguai e ao Chile
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Horas antes de sua primeira
visita oficial ao Brasil, na terça-feira, o secretário do Tesouro
norte-americano, Henry Paulson, anunciou investimentos
de US$ 17,5 milhões em infra-estrutura na América Latina,
numa parceria entre os governos brasileiro e dos EUA e a International Finance Corporation (IFC), o braço privado do
Banco Mundial (Bird).
O programa de captação de
recursos contará com US$ 4,6
milhões iniciais dos EUA, US$
1,9 milhão do Brasil e o resto
deve ser captado na iniciativa
privada. O secretário espera
que esteja em funcionamento
em um ano. "A América Latina
gasta hoje em dia menos de 2%
de seu PIB em infra-estrutura
por ano", disse Paulson em comunicado distribuído ontem.
"Faltam investimentos em eletricidade, transportes e água."
A idéia é que o fundo ataque o
que Tesouro e IFC elencaram
como os três principais problemas regionais nessa área: falta
de marcos regulatórios, informação confiável sobre projetos
e investidores e know-how para projetos. Uma vez implantado, segundo o Bird, o programa
ajudaria a melhorar a desigualdade social local em até 20% e
poderia criar investimentos de
até US$ 1 bilhão.
O atual secretário do Tesouro trocou um lucrativo emprego de CEO da Goldman Sachs
em julho de 2006 para se juntar
ao gabinete de George W. Bush.
Sua visita, que inclui Chile e
Uruguai, faz parte do pacote de
iniciativas do republicano para
tentar recuperar influência
num continente que vê aumentar a influência do venezuelano
Hugo Chávez e a ressonância
de seu discurso antiamericano.
Paulson chegaria ao Brasil na
segunda-feira, mas teve sua visita adiada para participar de
outro evento pró-América Latina, promovido pela Casa
Branca no mesmo dia. É a Conferência das Américas, na qual
o presidente recebe representantes de ONGs da região em
Arlington, na Virgínia, cidade
vizinha da capital americana.
Até a conclusão da edição,
ainda não estava definido se os
encontros que teria nos dois
primeiros dias, com empresários e o governador de Minas, o
tucano Aécio Neves, foram
condensados ou cancelados. Na
quarta, Paulson é recebido por
Lula e ministros em Brasília e
se encontra com Tabaré Vázquez na quinta, no Uruguai, e
Michelle Bachelet na sexta, no
Chile.
Em encontro com repórteres
na manhã de ontem, o vice-secretário interino para assuntos
internacionais do Tesouro,
Clay Lowery, confirmou que o
titular de sua pasta reafirmaria
aos pares brasileiros o apoio à
Rodada Doha, atualmente encalacrada. Mas "não haverá negociações de comércio exterior", disse ele.
"Cúpula sobre inovação"
No dia seguinte ao fim da visita de Paulson, Brasília sediará
uma "cúpula sobre inovação",
encontro que levará outros
membros do gabinete de Bush
ao Brasil. A idéia, segundo os
organizadores, é "chegar a uma
agenda comum de desenvolvimento da inovação e planejar
ações para o aumento da competitividade e produtividade".
Participam, entre outros, o
secretário de Comércio norte-americano, Carlos Gutierrez, o
número 3 do Departamento de
Estado, Nicholas Burns, o responsável do órgão pela América Latina, Thomas Shannon, e
pela energia, Gregory Manuel.
Do lado brasileiro, os empresários José de Freitas Mascarenhas, da Odebrecht, Marco Oliveira, da Ford, e o vice-presidente para Países do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Otaviano Canuto.
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