São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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EUA investem em infra-estrutura na AL

Parceria com Banco Mundial e governo brasileiro é de US$ 17,5 milhões para aplicação em obras e envolve recurso privado

Henry Paulson, secretário do Tesouro, encontra-se com Lula na quarta-feira em Brasília e depois segue em visitas ao Uruguai e ao Chile

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Horas antes de sua primeira visita oficial ao Brasil, na terça-feira, o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, anunciou investimentos de US$ 17,5 milhões em infra-estrutura na América Latina, numa parceria entre os governos brasileiro e dos EUA e a International Finance Corporation (IFC), o braço privado do Banco Mundial (Bird).
O programa de captação de recursos contará com US$ 4,6 milhões iniciais dos EUA, US$ 1,9 milhão do Brasil e o resto deve ser captado na iniciativa privada. O secretário espera que esteja em funcionamento em um ano. "A América Latina gasta hoje em dia menos de 2% de seu PIB em infra-estrutura por ano", disse Paulson em comunicado distribuído ontem. "Faltam investimentos em eletricidade, transportes e água."
A idéia é que o fundo ataque o que Tesouro e IFC elencaram como os três principais problemas regionais nessa área: falta de marcos regulatórios, informação confiável sobre projetos e investidores e know-how para projetos. Uma vez implantado, segundo o Bird, o programa ajudaria a melhorar a desigualdade social local em até 20% e poderia criar investimentos de até US$ 1 bilhão.
O atual secretário do Tesouro trocou um lucrativo emprego de CEO da Goldman Sachs em julho de 2006 para se juntar ao gabinete de George W. Bush. Sua visita, que inclui Chile e Uruguai, faz parte do pacote de iniciativas do republicano para tentar recuperar influência num continente que vê aumentar a influência do venezuelano Hugo Chávez e a ressonância de seu discurso antiamericano.
Paulson chegaria ao Brasil na segunda-feira, mas teve sua visita adiada para participar de outro evento pró-América Latina, promovido pela Casa Branca no mesmo dia. É a Conferência das Américas, na qual o presidente recebe representantes de ONGs da região em Arlington, na Virgínia, cidade vizinha da capital americana.
Até a conclusão da edição, ainda não estava definido se os encontros que teria nos dois primeiros dias, com empresários e o governador de Minas, o tucano Aécio Neves, foram condensados ou cancelados. Na quarta, Paulson é recebido por Lula e ministros em Brasília e se encontra com Tabaré Vázquez na quinta, no Uruguai, e Michelle Bachelet na sexta, no Chile.
Em encontro com repórteres na manhã de ontem, o vice-secretário interino para assuntos internacionais do Tesouro, Clay Lowery, confirmou que o titular de sua pasta reafirmaria aos pares brasileiros o apoio à Rodada Doha, atualmente encalacrada. Mas "não haverá negociações de comércio exterior", disse ele.

"Cúpula sobre inovação"
No dia seguinte ao fim da visita de Paulson, Brasília sediará uma "cúpula sobre inovação", encontro que levará outros membros do gabinete de Bush ao Brasil. A idéia, segundo os organizadores, é "chegar a uma agenda comum de desenvolvimento da inovação e planejar ações para o aumento da competitividade e produtividade".
Participam, entre outros, o secretário de Comércio norte-americano, Carlos Gutierrez, o número 3 do Departamento de Estado, Nicholas Burns, o responsável do órgão pela América Latina, Thomas Shannon, e pela energia, Gregory Manuel. Do lado brasileiro, os empresários José de Freitas Mascarenhas, da Odebrecht, Marco Oliveira, da Ford, e o vice-presidente para Países do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Otaviano Canuto.


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