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Nucleares vão vender energia no mercado
Para as novas unidades,
valerá a regra dos leilões
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
As quatro usinas nucleares
que devem ser construídas até
2030 no país venderão sua
energia diretamente às distribuidoras nos futuros leilões,
competindo com as outras fontes (hidrelétrica e termelétricas), segundo o ministro interino de Minas e Energia, Nelson
Hubner. A nova regra não valerá para Angra 3.
Para isso, o governo vai alterar a legislação a fim de permitir que a estatal Eletronuclear,
que tem o monopólio da energia nuclear, atue como uma comercializadora de energia, de
acordo com o ministro.
Atualmente, a Eletronuclear
vende a energia de Angra 1 e 2 à
também estatal Furnas, que faz
um mix de preço com a energia
hidrelétrica produzida por ela e
a vende em bloco.
"A venda para um único comprador trava a negociação",
afirmou o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam
dos Santos Guimarães. Segundo ele, o contrato com Furnas
termina nos próximos anos.
Pelos planos do governo, serão instaladas duas centrais
nucleares, com duas usinas cada uma. Uma ficará no Nordeste, a ser construída primeiro,
até 2017. A outra será no Sudeste e deve estar pronta até 2030.
No caso de Angra 3, a energia
será vendida por "rateio" entre
as distribuidoras, respeitando o
tamanho do mercado de cada
companhia, que será determinado pela Agência Nacional de
Energia Elétrica. Prevista para
2013, Angra 3 está avaliada em
R$ 7,2 bilhões.
"A Aneel vai definir o valor da
tarifa, dentro do limite de custo
compatível com outras fontes
térmicas [gás natural e diesel].
E vai ser feito um rateio de
acordo com o mercado de cada
uma das distribuidoras", disse
Hubner sobre a regra estabelecida para Angra 3.
Segundo Hubner, os estudos
mostram que o custo da energia de Angra 3 será "competitivo" com o das outras termelétricas. É, segundo ele, a melhor
opção térmica para gerar energia de modo contínuo e por longos períodos -o que o setor
chama de operar na base.
Já as termelétricas a gás e a
diesel, diz, são alternativas
mais baratas para a gerar energia por um período curto e em
momentos de grande consumo,
entrando em operação em momentos de baixa dos reservatórios das hidrelétricas.
Colaborou JANAINA LAGE , da Sucursal do Rio
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