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Setor da carne troca acusações sobre desmate
DA AGÊNCIA FOLHA
As denúncias do Ministério Público Federal no Pará
contra empresas suspeitas
de comercializar carne e animais criados em áreas desmatadas ilegalmente deixaram em pé de guerra representantes de um setor já abalado pela crise financeira.
Frigoríficos, pecuaristas e
varejistas têm trocado acusações para se livrar da fama
de "vilões" da Amazônia.
No início de junho, o MPF
no Pará ajuizou 21 ações contra frigoríficos e pecuaristas
e recomendou que outras 69
empresas suspendessem as
compras ligadas a esses fornecedores.
A iniciativa, porém, gerou
reações. Péricles Salazar,
presidente da Abrafrigo
(reúne os frigoríficos), classificou a suspensão aceita pelos supermercados como
"demagógica" e que levará ao
aumento dos preços ao consumidor.
Para Roberto Giannetti da
Fonseca, presidente da Abiec
(reúne as indústrias exportadoras), não houve debate suficiente da rede varejista
com produtores de carne para que fosse tomada uma atitude conjunta.
Para Sussumu Honda, presidente da Abras (associação
que reúne os supermercados), a posição do varejo
atende ao pedido do MPF e
se deu em respeito ao consumidor que "não quer boi ilegal na mesa".
Os frigoríficos, porém,
também são alvo de críticas.
Após a rede Marfrig anunciar
a suspensão de compras de
gado de área desmatada, a
Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato
Grosso) divulgou artigo chamando a iniciativa de "infeliz
moratória" e "desserviço".
(MATHEUS PICHONELLI, RODRIGO VARGAS e JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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