São Paulo, Quarta-feira, 07 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar reage a acordo com FMI e sobe

da Reportagem Local

O mercado de câmbio reagiu ontem à revisão do acordo entre o governo brasileiro e o FMI (Fundo Monetário Internacional). O dólar comercial subiu 0,62%, fechando a R$ 1,779.
Pelos novos termos do acordo, divulgados anteontem, o Banco Central poderá usar US$ 3,1 bilhões para intervir no câmbio neste semestre. Apesar de as regras terem ficado mais flexíveis, o novo teto representou um recuo de US$ 4,9 bilhões em relação ao anterior.
A avaliação de analistas e operadores é que os US$ 3,1 bilhões podem não ser suficientes, caso o BC queira cumprir a meta de fazer a moeda norte-americana fechar o ano cotada a R$ 1,75.
Além dos percalços normais, como o vencimento de dívidas brasileiras no exterior (que provocam pressão no câmbio), há o risco de instabilidade externa, como uma crise na Argentina ou nos EUA.
"O FMI sinalizou que o mercado tem um limite para operar e já estamos dentro dele. Isso provocou um sentimento de tentar antecipar operações", disse João Medeiros, da Pioneer Corretora.
Outro fator de alta foi técnico. Hoje vencem R$ 500 milhões em NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial), títulos emitidos pelo governo e reajustados pela variação cambial e juros.
No entanto, o Tesouro só vai promover um leilão de R$ 260 milhões dos títulos -R$ 240 milhões não serão rolados.
As NBC-Es são procuradas por investidores que buscam proteção contra uma possível desvalorização do real. Com o vencimento dos títulos, a proteção passa a ser procurada em moeda viva ou no dólar futuro, iniciando um movimento intenso de compra.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda de 2,19%. Houve uma forte realização de lucros no pregão, ou seja, investidores trocando papéis por dinheiro para embolsar a lucratividade obtida. Como a Bolsa vinha subindo desde 28 de junho, o movimento já era esperado.
A Bovespa operou instável, com uma série de boatos sobre a possibilidade da substituição do ministro da Fazenda, com Armínio Fraga (presidente do BC) entrando no lugar de Pedro Malan. Eles foram negados pelo governo. (MARCELO DIEGO)


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