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MERCADO FINANCEIRO
Dólar reage a acordo com FMI e sobe
da Reportagem Local
O mercado de câmbio reagiu
ontem à revisão do acordo entre
o governo brasileiro e o FMI
(Fundo Monetário Internacional). O dólar comercial subiu
0,62%, fechando a R$ 1,779.
Pelos novos termos do acordo,
divulgados anteontem, o Banco
Central poderá usar US$ 3,1 bilhões para intervir no câmbio
neste semestre. Apesar de as regras terem ficado mais flexíveis, o
novo teto representou um recuo
de US$ 4,9 bilhões em relação ao
anterior.
A avaliação de analistas e operadores é que os US$ 3,1 bilhões
podem não ser suficientes, caso o
BC queira cumprir a meta de fazer a moeda norte-americana fechar o ano cotada a R$ 1,75.
Além dos percalços normais,
como o vencimento de dívidas
brasileiras no exterior (que provocam pressão no câmbio), há o
risco de instabilidade externa, como uma crise na Argentina ou
nos EUA.
"O FMI sinalizou que o mercado tem um limite para operar e já
estamos dentro dele. Isso provocou um sentimento de tentar antecipar operações", disse João
Medeiros, da Pioneer Corretora.
Outro fator de alta foi técnico.
Hoje vencem R$ 500 milhões em
NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial), títulos emitidos pelo governo e reajustados
pela variação cambial e juros.
No entanto, o Tesouro só vai
promover um leilão de R$ 260
milhões dos títulos -R$ 240 milhões não serão rolados.
As NBC-Es são procuradas por
investidores que buscam proteção contra uma possível desvalorização do real. Com o vencimento dos títulos, a proteção
passa a ser procurada em moeda
viva ou no dólar futuro, iniciando um movimento intenso de
compra.
A Bolsa de Valores de São Paulo
registrou queda de 2,19%. Houve
uma forte realização de lucros no
pregão, ou seja, investidores trocando papéis por dinheiro para
embolsar a lucratividade obtida.
Como a Bolsa vinha subindo desde 28 de junho, o movimento já
era esperado.
A Bovespa operou instável,
com uma série de boatos sobre a
possibilidade da substituição do
ministro da Fazenda, com Armínio Fraga (presidente do BC) entrando no lugar de Pedro Malan.
Eles foram negados pelo governo.
(MARCELO DIEGO)
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