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Diretor-geral da OMC pode ficar só 2 anos
da Sucursal de Brasília
O Brasil ainda não tomou conhecimento oficial da proposta
que circula informalmente entre
diplomatas para tentar resolver o
impasse sobre a escolha do novo
diretor-geral da Organização
Mundial do Comércio (OMC).
Há nove semanas sem liderança
e a 15 semanas do encontro em
Seattle (EUA) para lançar as negociações chamadas de Rodada
do Milênio (que resultarão num
novo acordo mundial de comércio), a OMC balança entre o neozelandês Mike Moore e o paquistanês Supachai Panitchpakdi.
A fórmula que se debate nos
corredores da OMC, em Genebra
(Suíça), é dividir o mandato de
quatro anos em dois, de modo
que ninguém venha a se considerar derrotado no processo.
Por tradição, a OMC só delibera
assuntos dessa importância por
consenso, embora seu Acordo
Constitutivo permita votação em
que a maioria prevaleça.
Moore, que tem o apoio dos
EUA, metade da União Européia
e boa parte da América Latina,
parece contar com a maioria (cerca de 80 entre os 135 membros da
OMC). Mas trata-se de maioria
frágil, já que boa parte dela é formada por países que não patrocinaram originalmente a candidatura do neozelandês.
Indisposição
Panitchpakdi, que conta com o
suporte de Japão, Austrália, Brasil, Índia, a maioria dos países
asiáticos e boa parte dos europeus, não demonstra disposição
de desistir em favor de Moore.
Os Estados Unidos vetaram outras idéias, como a de uma votação informal, com o compromisso do derrotado passar a apoiar o
vencedor.
A alternativa "terceiros nomes"
também não tem prosperado. A
maioria dos participantes acha
que o lançamento de novos candidatos só os queimará.
Daí, a possibilidade de repartir
o mandato entre os dois aspirantes. Há problemas estatutários,
provavelmente resolvíveis.
Obstáculos
Mais do que isso, há obstáculos
políticos. Entre os quais, resolver
quem comandará antes a OMC.
Não é uma questão menor. No
decorrer dos quatro anos do
mandato, a Rodada do Milênio
deverá começar e se encerrar.
O que é mais importante: dar
início ao processo ou terminá-lo?
Nos oito anos da Rodada Uruguai, que resultou na criação da
OMC, o então Gatt (Acordo Geral
de Tarifas e Comércio) contou
com dois diretores-gerais: o suíço
Arthur Dunkel e o inglês Peter Sutherland.
(CELS)
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