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REGULAÇÃO
Projeto passa na Comissão de Constituição e Justiça
Congresso aprova fiscalização e controle das agências reguladoras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição conseguiu aprovar
ontem na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) do Senado
projeto de lei que estabelece a
criação de uma comissão mista de
deputados e senadores para fazer
o controle e a fiscalização externos das atividades das agências
reguladoras.
A intenção é garantir a atual autonomia das agências, criadas no
governo Fernando Henrique Cardoso. A principal função das
agências é fiscalizar as concessões
de serviços públicos, como são os
casos da Anatel (na área de telecomunicações), da Aneel (energia
elétrica) e da ANP (petróleo).
Pela proposta, de autoria do líder do PSDB, Arthur Virgílio
(AM), a comissão seria representada pelos líderes da maioria e da
minoria da Câmara e do Senado e
pelos presidentes das comissões
técnicas das duas Casas.
"As agências passam a ter um
controle externo efetivo e, por outro lado, consolidamos a idéia de
que o país não pode viver sem as
agências -ao contrário do que
pensava o governo, de maneira
muito pueril", disse Virgílio.
Apesar das tentativas do governo de adiar a votação, o projeto
foi aprovado em caráter terminativo (regra segundo a qual a proposta vai da comissão direto à Câmara). Mas o governo vai apresentar recurso para que haja votação em outras comissões e no plenário. Aprovado no Senado, o
projeto vai para a Câmara.
A excessiva autonomia dessas
agências tem sido criticada pelo
presidente Lula. O líder do PT,
Tião Viana (AC), defendeu o
adiamento da votação, apresentando como justificativa o fato de
o governo estar "redefinindo o
papel das agências".
O debate sobre a atuação das
agências começou em fevereiro,
depois que Lula almoçou com deputados e senadores que exercem
liderança na Câmara e no Senado.
Na ocasião, Lula afirmou, em referências à atuação das agências,
que o Brasil havia sido "terceirizado" e que só ficava sabendo dos
aumentos de tarifas pelos jornais.
Um grupo de trabalho coordenado pela Casa Civil concluiu um
relatório sobre mudanças na forma de atuação das agências. Esse
relatório deverá ser transformado
em dois projetos de lei.
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