DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, adotou um discurso otimista em relação ao comportamento da economia durante seminário realizado ontem no Rio. Alvo de denúncias de sonegação fiscal, Meirelles não quis fazer comentários sobre as suspeitas de irregularidades.
"A economia está no quinto trimestre consecutivo de crescimento", disse Meirelles. O presidente do BC destacou, entre outros aspectos, os resultados alcançados pela indústria. "Em 2004, a economia consolidou a inversão da crise [de 2002]. A produção industrial está nos níveis mais elevados da história."
No segundo semestre de 2002, durante a campanha presidencial, o país enfrentou fuga de capitais que provocou forte desvalorização do real e pressionou a inflação. A dificuldade das empresas para refinanciar suas dívidas no exterior também afetou negativamente o nível de atividade.
Em 2003, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil encolheu 0,2%, o pior resultado registrado desde 1992. De lá para cá, a retomada do crescimento ocorreu, em boa parte, por causa das exportações.
O presidente do BC fez referência ao desempenho das exportações, que, segundo ele, foi responsável por uma "mudança estrutural nas contas externas". Em 2003, também pela primeira vez desde 1992, o país teve saldo positivo na sua conta de transações correntes -que inclui todas as transações de bens e serviços com o exterior.
Apesar de reconhecer a contribuição do setor exportador, Meirelles afirmou que "o crescimento está acontecendo apoiado por uma crescente demanda doméstica". Isso pode ser percebido, de acordo com ele, nos indicadores do mercado de trabalho.


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