São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

O avanço da cana
A vitória do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) e a crescente demanda de álcool possibilitarão o avanço da produção brasileira de cana-de-açúcar em pelo menos 160 milhões de toneladas nos próximos seis anos. Até 2010, o Brasil deverá moer 510 milhões de toneladas do produto, contra 357,7 milhões em 2003.

Caminho aberto
O avanço da produção não é problema para o setor, que passou por uma reforma nos últimos anos e se tornou bem mais competitivo. Há dez anos, a produção nacional era de 241 milhões de toneladas. Só nas últimas quatro safras, devido a problemas no final da década de 90, o avanço foi de 100 milhões de toneladas.

Favorável ao Brasil
A decisão da OMC deverá tirar das mãos dos europeus pelo menos 5 milhões de toneladas exportadas para o mercado mundial. Desse volume, o Brasil deverá ficar com 1,5 milhão, que será somado aos 13 milhões de toneladas encaminhadas ao mercado externo.

Álcool ajuda
A demanda de álcool será também um incentivador da produção de cana-de-açúcar. Cálculos da Câmara Setorial do Açúcar indicam que em 2010 só a produção de álcool vai exigir 248 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A demanda naquele ano deverá atingir 20,1 bilhões de litros. No ano passado foi de 14,1 bilhões.

Números do álcool
Na estimativa da Câmara Setorial, a demanda de álcool hidratado deverá atingir 11 bilhões de litros em 2010; a do anidro, 5,9 bilhões; as exportações, 2,2 bilhões, e o consumo industrial deverá chegar a 1 bilhão de litros.

Alívio
A regularização do fluxo de crédito do Moderfrota da safra 2004/ 5 pela resolução nº 3.225 do Banco Central trouxe alívio à indústria de máquinas agrícolas. O crédito supera em 175% o do ano passado. A primavera das indústrias será marcada por maiores vendas de tratores, e o verão, por maior comercialização de colheitadeiras.

Os recursos
O Conselho Monetário Nacional liberou R$ 5,5 bilhões de 1º de julho deste ano a 30 de junho de 2005. Os juros serão de 9,75% para os produtores com renda de até R$ 150 mil e de 12,75% para os demais. As colheitadeiras podem ser pagas em seis anos; os tratores e demais equipamentos, em cinco.

Brasil preocupa
David Cromble, presidente da MLA (Meat and Livestock Austrália), diz que o país tem grandes desafios pela frente no setor de carne bovina. Um deles é provocado pelo Brasil que, com grande rebanho, cada vez mais ganha expressão no mercado internacional, inclusive roubando a posição de líder dos australianos no setor.

Reinando sozinha
A Austrália reina sozinha na oferta de carne na Ásia. As exportações do país subiram 10% em julho sobre igual período de 2003. As vendas para o Japão cresceram 58%, segundo a MLA.

Suínos em alta
A arroba de suíno voltou a subir em São Paulo. A alta é explicada pela redução da oferta de animais e pela maior demanda devido ao pagamento de salários. A arroba do animal chegou a ser negociada a R$ 53. No mês, o preço da carne acumula alta de 3,43%.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br


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