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Bradesco lucra R$ 4 bi no 1º semestre
Resultado representa um aumento de 28% em relação a 2006; receitas de serviços, como tarifas, respondem por 29% do total
Valor é o maior já registrado por um banco privado, diz estudo; carteira de crédito ajudou no desempenho, com uma expansão de 23%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um recorde de lucro foi
batido pelo Bradesco. No primeiro semestre do ano, o banco
computou lucro líquido de R$
4,007 bilhões, resultado 27,9%
superior ao registrado no mesmo período de 2006.
O resultado foi o maior já obtido no período por um banco
privado no Brasil. Perde apenas
para o lucro do Banco do Brasil
na primeira metade de 2006
que, ajustado pelo IPCA, ficou
em R$ 4,032 bilhões -como
mostrou levantamento da consultoria Economática, que considerou o desempenho do sistema bancário brasileiro nos últimos 20 anos.
Apenas no 2º trimestre, o lucro do Bradesco foi de R$ 2,302
bilhões. Ganhos extraordinários no período -advindos da
venda de participações em empresas, especialmente Arcelor
Brasil e Serasa- elevaram o lucro da instituição financeira
em R$ 501 milhões.
A continuidade da ampliação
do volume de crédito concedido, destaque dos últimos trimestres, manteve-se como um
dos motores do resultado da
instituição. A carteira de crédito teve crescimento de 22,9%
entre junho de 2006 e junho de
2007, totalizando R$ 130,8 bilhões. A participação do crédito
no resultado do banco subiu de
23% para 25% no período.
Atento à ainda forte demanda por crédito, o Bradesco elevou sua projeção para o crescimento de sua carteira em 2007.
Márcio Cypriano, presidente
do Bradesco, projetou um crescimento de 21% a 27% da carteira de crédito para este ano,
contra a previsão anterior de
20% a 25%.
Outro destaque foi a participação das receitas com serviços
bancários (tarifas bancárias, taxas de administração de fundos, cartões de crédito etc) no
resultado, que subiu de 25% no
primeiro semestre do ano passado para 29% na primeira metade deste ano.
Cypriano afirma que o aumento do volume "da base de
clientes e a aquisição da Amex"
contribuíram para a ampliação
da receita com serviços no período, que subiu 25,1% em 12
meses, terminando o semestre
em R$ 5,168 bilhões.
O Bradesco registrou 1,1 milhão de novas contas correntes
na primeira metade deste ano.
Para todo 2007, a previsão da
instituição é que esse montante
chegue a 2,5 milhões, o que deve incrementar ainda mais seus
resultados originados com serviços bancários.
A analista Catarina Pedrosa,
do Banif Investment Banking,
diz que não chega a haver surpresas nos números apresentados pelo banco ontem.
"O Bradesco manteve o tom
dos grandes bancos nos últimos trimestres, com consistente crescimento da carteira de
crédito e manutenção dos
spreads [diferença dos custos
para captar e emprestar]. Como o segmento de crédito ainda tem muito o que crescer, esse cenário atual, de lucros crescentes dos bancos, não deve se
alterar tão cedo", diz Pedrosa.
O segmento de crédito para
pessoa física apresentou crescimento de 21,9% em 12 meses,
encerrando o semestre em R$
49,83 bilhões. O montante representa 38% da carteira total.
O crédito a grandes empresas
totalizou R$ 47,1 bilhões, e a pequenas e médias empresas ficou em R$ 33,88 bilhões.
Na carteira destinada à pessoa física, tem sido crescente a
participação de financiamento
de veículos e cartões de crédito,
que representam hoje 50,5% do
total. Um ano antes, respondiam por 47,2%.
Após a elevação dos níveis de
inadimplência no ano passado,
o Bradesco viu essa taxa se
manter estável neste ano, no
patamar de 6,2% da carteira.
Em junho de 2006, esse índice
era de 5,4% e alcançou 6,3% em
dezembro do ano passado.
Ontem, o banco anunciou
que vai abrir, em cerca de 90
dias, uma unidade em Londres,
por meio do BBI (Bradesco
Banco de Investimentos), com
a finalidade de intermediar negócios com títulos e ações brasileiros na Europa.
As ações preferenciais do
Bradesco encerraram com alta
de 0,41% no pregão da Bovespa
de ontem. Mas, nos últimos dez
dias, as ações do banco acumulam queda de 1,34%.
Hoje é a vez de o Itaú anunciar seus resultados da primeira metade do ano. Segundo informou ontem o Itaú, a operação de venda de parte da Redecard terá impacto, após impostos, de R$ 1 bilhão em seu resultado, mas no terceiro trimestre.
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