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Manifestação em SP exige fim da cobrança da CPMF
Movimento liderado pela Fiesp já reúne 470 mil assinaturas, afirma entidade
Congresso votará mais uma
prorrogação da contribuição
sobre movimentações
financeiras, que tem término
marcado para dezembro
DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Às vésperas de ter sua continuidade votada pelo Congresso
Nacional, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi alvo de
mais uma manifestação de oposição ontem na sede da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo).
O evento serviu para lançar a
"Frente Estadual de Vereadores contra a CPMF" e reuniu
representantes do Legislativo e
das 24 entidades apoiadoras do
movimento iniciado em junho
pela Fiesp, intitulado "Sou
Contra a CPMF" e que vem colhendo assinaturas da população. Mesas com computadores
e material de divulgação foram
instalados ontem na calçada da
avenida Paulista, em frente à
sede da federação, para incentivar a adesão dos transeuntes.
Até a noite, o movimento contabilizava 477 mil assinaturas.
"Recebemos assinatura de
todos os partidos e movimentos da sociedade civil organizada", disse, à abertura da cerimônia, o presidente da Fiesp
Paulo Skaf. Ele respondeu ao
argumento do governo, reiterado na última semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não é possível prescindir da contribuição pela importância dos programas sociais que financia. "Há possibilidade de que os programas sejam continuados e até intensificados pelo aumento de arrecadação [de impostos], que será
de R$ 50 bilhões neste ano."
O deputado federal Paulo
Borhausen (DEM-SC), líder de
movimento "Xô CPMF" (http://www.xocpmf.com.br/),
destacou que a contribuição
prejudica a geração de empregos no país, pois "onera e subtrai oportunidades de trabalho". "Os desvios de seus recursos são notórios", disse.
O presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de
São Paulo), Cláudio Vaz, levantou aplausos ao defender a
oposição ao governo.
Destoante
Ao contrário dos demais, que
defenderam a extinção imediata da CPMF, o deputado federal
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, pediu sua redução gradual, de forma a passar da atual taxa de 0,38% para
0,08%. À tarde, a central sindical justificou a posição, em comunicado à imprensa, afirmando que "entende que o cancelamento desse tributo pode
causar desequilíbrio nas contas
públicas".
O vereador Gustavo Hermann (PSB, de Piracicaba),
coordenador da Frente Estadual, o vereador Celso Jatene
(PTB, de São Paulo), o deputado estadual paulista João Caramez (PSDB), o presidente da
ACSP (associação comercial
paulista), Alencar Burti, o presidente do Sescon-SP (sindicato das empresas contábeis), José Maria Chapina, entre outros,
protestaram contra a intenção
do governo de prorrogar por
mais quatro anos a contribuição que, pela lei, deveria se encerrar em dezembro.
"O pacto de pagar a contribuição provisória pela saúde foi
aceita e nada melhorou. Sua redução é paliativa. Ela se tornou
um instrumento de controle do
cidadão", disse o presidente da
OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D'Urso.
Celso Jatene destacou que a
capital paulista foi a cidade que
mais contribuiu em 2006, sendo responsável por R$ 15 bilhões de um total de R$ 30 bilhões arrecadados pela CPMF
no país. "Apesar de oferecer
quase 50% dos recursos, São
Paulo recebeu apenas R$ 900
milhões da União."
Desde sua criação, em 1996, a
alíquota da contribuição subiu
18 pontos percentuais, passando de 0,20% para 0,38%. Este
ano, a contribuição renderá
mais de R$ 35 bilhões ao governo e a projeção para 2008 é de
R$ 39 bi. Pela atual legislação,
ela tem seu término previsto
para dezembro.
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